A importância do aleitamento materno nos primeiros meses de vida

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Há quase 30 anos, entre os dias 1º e 7º de agosto, acontecem ações no mundo todo, em prol da amamentação. O período é conhecido como Agosto Dourado, em alusão ao leite materno ser o alimento ‘padrão ouro’, que contém nutrientes e transfere toda a imunidade que o bebê precisa nos primeiros meses de vida.

De acordo com a nutricionista Bruna Neves, o leite materno é considerado importante porque contém glóbulos brancos (que geram a imunidade) e ainda é rico em nutrientes, por isso, é denominado um alimento completo.

Ela afirma que a amamentação exclusiva (só do peito) já oferece tudo que o bebê precisa. “O aleitamento materno possui duas fases: líquida e gordurosa. Por isso, até os seis meses, não é necessário complementar a alimentação com chá ou água. Durante este período, a mãe deve oferecer o peito conforme a livre demanda do bebê, sem estipular horário”, explica a nutricionista, que indica que o aleitamento materno pode ocorrer até os dois anos.

Uma dúvida bem comum entre as mães, principalmente de ‘primeira viagem’, é saber quando o bebê recém-nascido está com fome. “Os bebês choram por cólica, ausência da mãe ou, simplesmente, por estarem em processo de adaptação ao novo ambiente. Isso nem sempre significa que ele esteja com fome. Tudo é questão de uma construção entre a mãe e o bebê”, observa.

DESAFIOS

Mesmo que as mães tenham o desejo de amamentar, há vários aspectos que impedem que o ato ocorra normalmente. Conforme a nutricionista, um dos problemas mais comuns acontece quando o leite demora a descer. “Isso, geralmente, ocorre nos partos cesarianos, que têm data marcada para ocorrer e o corpo não processa que o bebê nasceu. Diferentemente do parto normal, em que, ao natural, a ocitocina (substância responsável por fazer o leite sair na hora certa) é liberada”, explica.

Para acelerar o processo, Bruna recomenda que as mães estimulem o bebê a mamar ou façam massagem nos seios. Em casos de impossibilidade de amamentação, o bebê recebe uma fórmula para ter acesso ao alimento. Já em outras situações, é oferecido ao recém-nascido o leite materno dos bancos de leite.

“Durante a amamentação, é indicado que a mãe esvazie uma mama para depois oferecer a outra, para que o bebê possa receber todos os benefícios do leite materno, da fase líquida à mais gordurosa.”

BRUNA NEVES

Nutricionista

A sensação de amamentar a primeira filha

Franciélle da Rosa, 31 anos, teve a primeira experiência com amamentação há menos de um mês, após a chegada da filha Cecília Cardoso da Silva. Segundo ela, os primeiros três dias após a cirurgia cesareana foram bem difíceis. A mãe teve que aguardar a apojadura do leite (até o leite descer) e, depois disso, teve fissuras nos dois mamilos e sentia muita dor ao amamentar o bebê.

Para amenizar o problema, ela procurou auxílio de uma especialista e fez a laserterapia – procedimento a laser indicado para curar as fissuras. Depois do tratamento, a mãe pôde amamentar com mais tranquilidade.

Apesar das dores, ela afirma que, em nenhum momento, pensou em desistir da amamentação.

Desde o início, Franciélle não mantém horários e não controla o tempo que o bebê mama. “Pretendo amamentar a Cecília por todo o tempo que ela quiser. Mesmo que seja por seis meses ou por dois anos, ela que vai decidir. O que sei é que estarei sempre disponível para ela”, destaca a mãe, que mora com o marido Rodrigo Ruárez Cardoso da Silva, 36 anos, no bairro Cruzeiro.

Para ela, o ato de amamentar representa carinho e cuidado. “Amamentar é sublime. É um momento muito íntimo da mãe com o bebê, cheio de amor. É muito mais do que alimentar e nutrir o bebê. É aconchego, segurança, cumplicidade. Nem sempre é fácil, muitas vezes é dolorido, mas é inexplicável”, destaca a mãe.

Semana Mundial do Aleitamento Materno

Em decorrência da Covid-19, a programação do Agosto Dourado que contempla o XI Seminário Estadual da Semana Mundial da Amamentação e VI Seminário Estadual da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil está ocorrendo de forma on-line pelas redes sociais do Conselho Regional de Nutricionistas 2ª Região (CRN-2). Os debates deste ano foram abordados a partir do tema, ‘Apoie o Aleitamento Materno por um Planeta Saudável’. O último encontro on-line será na quarta-feira,19.

    

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