Gustavo Ilha, programador de software, é um amante de filmes e assim que ‘Spotlight – Segredos revelados’ foi lançado, em janeiro deste ano, ele correu para

Foto: Divulgação /FMFilme mostra a rotina de jornalistas na redação de um jornal
Filme mostra a rotina de jornalistas na redação de um jornal

conferir a história real que revela, através de reportagens publicadas em 2002 pelo jornal ‘The Boston Globe’ nas quais denunciam casos de pedofilia ocorridos na arquidiocese católica de Boston.

Segundo ele, o longa apresenta “um assunto relevante e de extrema importância. O roteiro do filme é ótimo e te prende do inicio ao fim, é aquele filme que ao final te deixa revoltado com todos os fatos apresentados e de como tudo foi resolvido.”

E Gustavo tem razão. O longa é a prova de que, em tempos de super estímulos da audiência, não é preciso investir em pirotecnia para garantir a atenção do espectador. Com uma história linear, um modo convencional, até, de contá-la, o diretor consegue prender a atenção do público com maestria, numa narrativa em que não precisa recorrer a tiro, porrada e bomba. 

Ao posicionar o espectador dentro da redação e na rua, acompanhando a apuração e descobrindo os fatos ao lado dos jornalistas, o filme não diz apenas da maneira como o jornalismo é feito, mas da motivação profissional que justifica a denúncia da hipocrisia de uma parte da Igreja, da burocracia imposta pelos poderosos e, principalmente, do abuso decorrente da fragilidade socioeconômica dos menos favorecidos.

Assim como é preciso cavocar, fazer perguntas não tão básicas, e, se necessário brigar com unhas e dentes por uma matéria em que você acredita, o filme ainda mostra que há os que veem as árvores, há os que veem as florestas – o jornalismo precisa dos dois e, ainda, que jornalismo requer paciência e curiosidade, mesmo quando isso é um desafio. E devemos sempre acreditar e dar um voto de confiança naquela fonte que liga para ‘denunciar’ o furo do milênio, mesmo que este não passe de um buraco na sua rua. Além disso, mostra que somos uma classe que se veste mal, que o diga a a atriz Rachel McAdams com as pantalonas horríveis. 

O filme foi indicado em seis categorias do Oscar e ficou com as estatuetas de Melhor Roteiro Original e O Melhor Filme. “Pela importância do tema, do roteiro muito bem escrito e pelo forte elenco não dá para dizer que não foi merecido a escolha de melhor filme durante o Oscar”, salienta Gustavo Ilha. 

O filme estadunidense de drama biográfico de 2015 foi dirigido por Tom McCarthy e escrito por McCarthy e Josh Singer. O filme foi estrelado por Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, John Slattery, Stanley Tucci, Brian d’Arcy James, Liev Scheiber e Billy Crudup.Esta investigação recebeu o Prêmio Pulitzer de Serviço Público em 2003. Além deste, conquistou inúmeros outros prêmios e foi recebido positivamente pela crítica.

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