Débora Alina Wagner Padoin, mora no bairro Cidade Nova, no Loteamento Parque do Chimarrão, com os pais Liliane Pereira Wagner e João Padoin, e com o irmão

Foto: Vanessa Behling / Folha do MateCom o irmão João Gabriel e a mãe Liliane, Débora cultiva o seu momento de lazer: bater um papo e tomar chimarrão
Com o irmão João Gabriel e a mãe Liliane, Débora cultiva o seu momento de lazer: bater um papo e tomar chimarrão

João Gabriel de 10 anos. A dedicação, desde muito cedo, aos estudos e à família, fez a jovem amadurecer e se transformar numa verdadeira menina-mulher, que aos 17 anos tem uma bagagem que reúne perdas, frustrações, compromissos, metas e sonhos.

Até no início de setembro, Débora trabalhou por seis meses numa relojoaria no centro, no turno inverso ao da aula. Mas quando abriram as inscrições para o concurso da Fenachim, ela optou por priorizar o sonho de integrar a corte da Festa. “Ou tu faz apenas uma coisa e faz bem feito, ou tenta fazer tudo e deixa a desejar.”

Débora é estudante do 2º ano do Ensino Médio da escola estadual Monte das Tabocas, onde estuda desde o pré. Entre os estudos para o concurso e ainda para a escola, ela encontra tempo para dar atenção à família e com Jonathan Rosa, com quem namora há cerca de dois anos e foi essencial para despertar o interesse de se dedicar mais aos estudos. Mas ela garante, que os encontros tem data marcada pela mãe.

RotinaComo a mãe trabalha durante o dia, ela que há 17 anos é compradora da CTA, e o pai viaja bastante em função da transportadora da qual é dono, a jovem toma conta da casa e do irmão durante o dia. Pela manhã, os dois vão juntos à aula. Depois, ela destaca, que vem uma das melhores horas do dia: o almoço na casa da avó. No fim da tarde é hora de desfrutar do chimarrão e da companhia da mãe e do irmão. Já nos fins de semana, quando o pai está em casa é a vez de todos ficarem juntos. Acompanhar os jogos da Assoeva no Poliesportivo, ou do namorado Jonathan pelos gramados do interior, já que disputa a Taça da Amizade, é a PROGRAMAÇÃO favorita da turma. “O meu lazer é estar com a família, estar reunida com os parentes e tomar chimarrão, que faz a gente passar horas interagindo.”

O amor pela família

A jovem aprendeu desde cedo ser responsável, cuidar de quem está perto e sentir saudades de quem está longe. “Eu tive o momento de ser adulta, responsável, mas em meio a isso consegui ter infância, brincava de boneca, de escolinha com minha prima.” Por volta dos cinco anos teve que conviver com a separação dos pais e a ausência da figura paternal por quase um ano. Quando a mãe engravidou, Débora tinha oito anos. A gestação problemática foi compartilhada com a menina, pois era ela que fazia o café da manhã, ajudava Liliane nos banhos, tinha o compromisso de trancar a casa ao sair.

A dedicação por quem ama também ficou comprovada pelos cuidados que tinha com a bisavó, que faleceu há cerca de um ano e meio. Com isso veio o desejo profissional. Há dois anos ela fez um curso de cuidadora de idosos. “Eu sempre tive o desejo de me dedicar à geriatria, mas como sou muito emotiva, eu sei que eu iria me apegar demais às pessoas. Então já decidi que quero cursar Fisioterapia, pois também estarei atuando na área da saúde, ajudando muitas pessoas. Até já treino umas massagens nos meus pais em casa”, brinca ela. Já ficar longe da família e de sua cidade não estão nos seus planos. “Quero estudar aqui perto, para poder voltar todo dia pra casa, vivi aqui a vida inteira, não conseguiria sair e morar em outro lugar, preciso estar perto da família.”

Desde pequena ela acompanhava concursos de beleza. Quando tinha um pouco mais de um ano ela ficou com o segundo lugar num concurso vestida de bichinho da Parmalat, promovido por uma agência, na Sova. Em 2012 participou do Broto Sova e em 2013 foi a primeira finalista do Garota Nossa Capa, promovido pela Folha do Mate. “A amizade que se cria nos concursos é maravilhosa. E eu sempre gostei dessa coisa de passarela, tirar fotos.” E para ela, a Fenachim, agora é uma oportunidade de adquirir conhecimento. “Só de estar participando já é maravilhoso, receber o carinho das pessoas. E mesmo não ganhando título, estou ganhando conhecimento.”