Como forma de precaução em virtude das chuvas que atingem Venâncio Aires durante a semana e pelo perigo de enchente, famílias foram removidas das residências na localidade de Vila Mariante para um abrigo.
Segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura, cerca de 30 pessoas já estão no local. A iniciativa foi da Defesa Civil, capatazias da localidade e Vila Estância Nova e ainda Corpo de Bombeiros como forma preventiva em caso de invasão da águas nas casas. As famílias que vivem em Travessa da Olaria, foram abrigadas em pavilhão de propriedade de Hamilton Pereira. As pessoas foram retiradas por caminhões e máquinas das capatazias locais. A ação foi realizada, pois o nível do rio Taquari apresentou aumento no nível nas últimas horas. O normal é 1,60m, no entanto chegou a 12m88cm, às 17h30min de ontem. A medição ocorre com frequência.O coodenador da Defesa Civil do município, Paulo Landim, explica que uma equipe permaneceu durante a noite e madrugada de hoje para auxiliar, porque, a partir da medição do rio em Estrela, os efeitos em Mariante chegam e são sentidos oito horas depois. Landim também alerta para que as famílias passem a acompanhar as condições do clima e do tempo. De acordo com a capatazia de Vila Mariante, o aumento do nível das águasbloqueou as estradas de acesso à Linha Itaipava das Flores, Linha Sertão (desvio da ERS-130, onde há uma ponte interditada), Linha Santa Mônica, Picada Mariante, Sanga Funda, Travessa Mariante, Picada Castelhano e trecho da ERS-130, próximo à Linha Chafariz. Nas imediações de Vila Palanque, também há bloqueios nas estradas que ligam Linha Herval até Linha Cerrito e Cruzeiro do Sul.Mesmo com o tempo ainda instável, as primeiras obras de recuperação de estradas já estão em andamento. As capatazias da Secretaria Municipal da Agricultura estão orientadas a fazer limpezas em bueiros e valetas, que facilitem o escoamento da água empoçada. Também foram consertados bueiros em trechos problemáticos na Linha Santana e Vila Palanque. Já grupos da Secretaria da Infraestrutura e Serviços Públicos iniciam o conserto de uma ponte em Linha 17 de Junho e a limpeza da chamada Estrada Velha para Santa Cruz do Sul, em Linha Hansel.
Preocupação de moradora é com desmoronamento
Marlene Aires Guedes, 63 anos, é uma das moradoras mais antigas de Vila Mariante. Ela reside, na localidade há 39 anos. “Quando tem a possibilidade de enchente vou para um vizinho. Meu marido fica em casa.” De todas as cheias, houve uma situação em que perdeu todos os móveis da casa, anos atrás, pois o assoalho arrebentou com a força das águas. “Quando eu cheguei vi que tinha perdido tudo.” Nas outras situações, a água entrou cerca de três palmos dentro da casa. Com as chuvas dessa semana, a preocupação maior dela é com o desmoronamento de terras, pois a residência fica nas margens do Rio Taquari. “Tenho muito medo disso acontecer, porque daí a casa é levada pelo rio.” Em épocas propícias de enchentes, ela diz que acompanha o nível do rio e as previsões como forma de precaução. Já João Oscar, 63 anos, estava na tarde de ontem, realizando a travessia dos bois de sua propriedade para onde não havia acúmulo de águas. Ele reside em Itaipava das Flores desde a infância e já enfrentou muitos casos de enchentes. “Já estou acostumado com isso.”
No perímetro urbano situação está sob controle
Guilherme Siebeneichler
Após registrar pontos de alagamentos na área urbana da cidade, as atenções das equipes da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estão no interior. Bairros como, Battisti, União e Loteamento Artus, foram afetados pela cheia do arroio Castelhano, nesta segunda-feira, 13. Conforme Landim, a situação nestas localidade está sob controle, com o nível da água baixando. No total, 10 residências foram atingidas pela cheia, entretanto, não houve a retirada de famílias. “Os moradores se precaveram e a partir do indicativo de enchente começaram a erguer os móveis e pertences. Isso é importante, nosso desafio é prevenir as situação de risco, e minimizar os efeitos das enchentes.”Com o foco das ações voltados para Vila Mariante, a defesa civil mantém o monitoramento dos bairros da parte baixa da cidade, assim como, de arroios e córregos em outras localidades.