Em outubro, Alessandra participou de mesa-redonda sobre mudanças climáticas na Inglaterra
Em outubro, Alessandra participou de mesa-redonda sobre mudanças climáticas nos tribunais e tratados, na Universidade de Cambridge, Inglaterra (Foto: arquivo pessoal)

Alessandra Lehmen nasceu em Venâncio Aires e estudou na Escola Estadual Monte das Tabocas e no Colégio Nossa Senhora Aparecida (hoje Bom Jesus). Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Daí, foi um pulo para o mundo. A filha de Sebastião Geraldo (in memoriam) e dona Leny e irmã da Clarissa, está no Rio de Janeiro, participando da Pré-COP 30, etapa da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Belém, no Pará, próximo destino da venâncio-airense.

A sócia da Juchem Advocacia tem agenda cheia no evento que reúne lideranças de governo e organizações não governamentais ambientais, financeiras e de outros segmentos. No Rio, ontem, entre 15h e 16h, mediou o painel 4: Climate Finance Leadership Through Investiment (em português Liderança em Finanças Climáticas por meio de Investimentos) da Pré-COP. Participaram do debate o economista e diretor do Banco Safra, Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); o ex-diplomata da ONU, Paul-Clements Hunt, fundador da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) e idealizador do conceito Environmental, Social, and Governance (ESG) – em português Ambiental, Social e Governança -, e Rafaella Dortas, diretora do BTG Pactual.

Segundo Alessandra, a pré-COP é um evento do setor privado no Rio. “Nosso painel foca em como viabilizar financiamento para a ação climática”, comenta, explicando que, conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), há recursos disponíveis para este segmento. O desafio é redirecioná-lo às atividades de baixo carbono. “Falaremos sobre o que pode ser feito com políticas públicas, qual o papel do setor privado e quais os riscos e oportunidades para as empresas.”

Presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul, Alessandra observa que, nos últimos anos, se percebeu a necessidade de capacitar e preparar uma nova geração de juristas climáticos. Segundo ela, foi determinante para isso, o fato de as empresas estarem sujeitas a uma série de riscos, frente as mudanças climáticas. Citou, como exemplo, as inundações no Rio Grande do Sul. “Desde 2023, a lei obriga empresas a terem planos de contingência de desastres.” Ainda, segundo a advogada, existem riscos regulatórios às organizações que fornecem para o Estado ou exportam, por conta de novas normas que exigem cumprimento de requisitos de sustentabilidade. Por outro lado, cita oportunidades de acesso a crédito, ao mercado e preferência do consumidor, assuntos que estarão na pauta do encontro.

Do Rio a Belém

Ao todo, incluindo o painel 4 da pré-COP, Alessandra Lehmen participa de cinco eventos. No Rio de Janeiro, discorrerá sobre empresas e mudanças climáticas na FGV Direito, uma das escolas da Fundação Getúlio Vargas que oferecem mestrado e doutorado em ciências jurídicas. O evento ocorre na quinta-feira, 13. Na sexta, 14, será co-mediadora do painel online denominado Climate Law and Governance Day, algo como ‘Dia do Direito e da Governança Climática’. Segundo ela, é o maior e mais tradicional evento jurídico das COPs. Mais de 2 mil pessoas estão inscritas. Participam a ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson; a diretora-geral da IUCN [União Internacional para a Conservação da Natureza], Grethel Aguilar, e a relatora especial da ONU para empresas e direitos humanos, Astrid Riaño”.

No próximo sábado, 15, Alessandra embarca para Belém, no Pará. No dia 16, ela leciona no Curso de Especialização em Direito e Governança Climática, na Universidade Federal do Pará (Ufpa). A agenda se encerra no dia 17, quando palestra em evento oficial da ONU, promovido pela OAB/RS, universidades de Cambridge e Oslo e parceiros africanos, na Blue Zone da COP.

Fundo para preservação de florestas tropicais

Na quinta-feira, 5, pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recepcionou líderes mundiais e discursou na abertura política da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Belém, no Pará. Participaram chefes de estado e de governo, ministros e dirigentes de organizações sociais de aproximadamente 140 países, que, até ontem, 7, discutiram, desafios e compromissos de enfrentamento à crise climática. A agenda antecedeu a COP30, que começa na segunda-feira, 10, e se estende é dia 21.

Lula abriu a plenária geral dos líderes. Ele citou a necessidade de “reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários”, e lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na singla em inglês). Além do aporte de US$ 1 bilhão pelo governo brasileiro, Noruega, Indonésia e França anunciaram, respectivamente, US$ 3 bilhões, US$ 1 bilhão e US$ 500 milhões, totalizando US$ 5,5 bilhões.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, observou que o momento não é só de negociação, mas de implementação dos compromissos assumidos nas últimas décadas. “Precisamos demonstrar um caminho claro para podermos chegar a US$ 1,3 trilhão em financiamento climático a países em desenvolvimento, até 2035”, disse, citando decisão tomada na COP de Baku, no Azerbaijão. “Estamos na hora de implementar, implementar e implementar.”
(Fonte: Agência Brasil)

Presidente lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

Eduardo Leite participa da Pré-COP

Antes de viajar para Belém do Pará, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve no Rio de Janeiro, participando de uma série de atividades do Fórum de Líderes Locais (LLF, da sigla inglês Local Leaders Forum). O evento realizado na terça e quarta-feira, 4 e 5, antecedeu debates da COP30.

O governador participou de painéis e reuniões que tratam das ações de adaptação às mudanças climáticas e da importância da cooperação entre estados, municípios e organismos internacionais. Foi um dos palestrantes do painel ‘Potencial climático da natureza: conectando oportunidades de financiamento para governos subnacionais’, onde destacou o papel do Estado como indutor das políticas locais de adaptação. A agenda foi acompanhada pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.

Ao fim do painel, acompanhou o lançamento do Banco de Soluções Climáticas dos Estados Brasileiros, pela Plataforma Cipó do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pelo Centro Brasil no Clima (CBC). O objetivo é dar visibilidade internacional às políticas e ações climáticas locais implementadas pelos Estados brasileiros. Leite e Marjorie também participaram da mesa-redonda ‘Territórios resilientes – Infraestrutura, água e adaptação climática’ e da conferência de encerramento do Fórum Econômico França-Brasil sobre Transição Energética e Ecológica.

Governador participou da mesa-redonda ‘Territórios ‘esilientes (Foto: Maurício Tonetto/Secom)

Caco Villanova

Atua na cobertura geral do município, em publicações especiais e acompanha os principais acontecimentos na região.

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