Ainda abalada pela morte trágica do filho Enzo Gabriel Quintana Dilenburg, de apenas 2 anos, que aconteceu na madrugada do dia 5 de dezembro passado, em Encruzilhada do Sul, a mãe Vanessa, 30 anos, passa os dias na casa do pai, Valdir Quintana, em Venâncio Aires. Indiciada por tortura e homicídio, nega as acusações e garante que fazia uso de medicamento controlado e que não viu o ex-companheiro – e réu confesso – agredir a criança. Jonatas Gomes de Melo, 32 anos, foi preso um dia após o crime e está recolhido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

Ontem, o advogado de Vanessa deu uma entrevista exclusiva à Folha do Mate. Em seu escritório, no centro de Venâncio, Diego Lopes dos Santos disse que sua cliente está muito abatida e nega omissão na morte do filho. “Ela fazia uso de medicamento controlado e inclusive há um exame toxicológico comprovando isso”, explicou o advogado, ao se referir que ela estava dormindo, na madrugada do fato, e que não viu o ex-companheiro agredir o menino, cujas lesões o levaram à morte.
Cauteloso, Santos revelou que antes deste episódio, sua cliente se separou do acusado do crime, já que era vítima de agressões. “Ela saiu de casa e me contou que buscava uma nova vida e passou a frequentar uma igreja evangélica. Mas para buscar uma reaproximação, o ex-companheiro também começou a frequentar a igreja, mostrou arrependimento e pediu para voltar”, mencionou.
O casal, segue o advogado, voltou a morar junto e o resultado foi a morte do pequeno Enzo. O ex-padrasto foi preso e a Polícia Civil representou pela prisão da mãe dele, que não foi concedida. O pedido foi reiterado, mas a defesa solicitou a manutenção da liberdade, que foi mantida.
Sobre a possibilidade do caso ir a júri, Diego dos Santos ressaltou que poderá pedir o desaforamento, para que a sessão aconteça em outro município e não em Encruzilhada. Ele ressaltou que sua cliente nega que o filho tenha sido agredido pelo ex-companheiro, em episódios anteriores, como chegou a ser denunciada.