Alcoolismo é considerado, pela Organização Mundial da Saúde, uma doença crônica. A dependência pelo álcool não se dá de forma imediata, geralmente, surge através de um hábito que se torna papel indispensável na vida do indivíduo. Aspectos comportamentais, como o consumo compulsivo de álcool, no qual o usuário se torna tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, consequência da diminuição do consumo.
A necessidade de ajuda fez com que venâncio-airenses, portadores da doença, buscassem o auxílio de um grupo de Porto Alegre – Grupo Sulinos de Alcoólicos Anônimos (AA), pioneiro no Estado. O Grupo Sempre Unidos de Alcoólicos Anônimos de Venâncio Aires completa 35 anos e realizou sua primeira reunião no dia 22 de maio de 1977.
AA é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de um ajudar um ao outro na recuperação do alcoolismo. O mesmo motivo levou a abertura do Grupo Familiar Amizade de Al-Anon.
O Alcoólicos Anônimos baseia seus trabalho nos exemplos dos próprios membros em recuperação e quando necessário os integrantes realizam visitas para levar a mensagem do grupo. Quando um novo integrante começa a frequentar as reuniões, são apresentados a ele 36 Princípios do AA. Entre eles, ‘Passos de Recuperação’, ‘Tradições de Unidade’ e ‘Conceitos de Serviço’, que são trabalhados espiritualidade, unidade e serviços. No Grupo Al-Anon observa-se o mesmo procedimento.
Para C., o antigo conceito de que as pessoas alcoólicas deveriam ser internadas, atualmente não é mais real ou necessário. “Com a divulgação através dos grupos e a literatura do AA passamos a entender que o alcoolismo é uma doença, podendo ser tratada e estacionada. Não sendo mais preciso a pessoa ter como destino o hospital, presídios ou até cemitério”, explica. Para que as informações sejam passadas, existem membros encarregados do Comitê Trabalhando Com os Outros (CTO) que é responsável pela propagação na comunidade baseado na literatura do AA. A maior dificuldade encontrada no inicio foi a divulgação dos trabalhos de recuperação realizados entre os meios de divulgação, “não tínhamos acesso a mídia para levar a mensagem aos sofredores da doença. Assim, deixamos muitas pessoas num inferno astral, sem conseguir a calmaria e paz interior”, conta.
O processo de recuperação necessita de muito cuidado, pois a abstinência é uma das piores fases. Segundo C., ela acarreta um sentimento de culpa, um vazio emocional injustificável. “Mas, ao iniciar a recuperação em um grupo, o trabalho espiritual dos Passos vão preenchendo este espaço, com uma nova forma de vida sendo adquirida aos poucos”, argumenta. “Se seguir os princípios sugeridos não terá maior dificuldade de estacionar o consumo da bebida”, concluí. A recaída do indivíduo depende da sua aceitação, pois se ela for parcial poderá retornar a beber.
Dr. Bob foi um constante companheiro e sócio desse movimento. Como médico escolheu trabalhar ajudando os dependentes, “ele alcançou um recorde que em quantidade e qualidade ninguém conseguirá ultrapassar, trabalhou sem receber pagamento e auxiliou espiritualmente em torno de cinco mil sofredores da doença”, relata C.
As reuniões acontecem segunda e quinta-feira, das 20h às 22h, junto a Igreja Católica.
ANIVERSáRIO
A comemoração dos 35 anos do Grupo Sempre Unidos de Alcoólicos Anônimos (AA) e do Grupo Al-Anon, acontece hoje às 9h no Morada Velha, localizado no Parque Municipal do Chimarrão. A recepção será acompanhada de cuca e chimarrão. O almoço será servido às 12h no valor de R$ 17 para adultos e R$ 10 para crianças. Após vai ocorrer uma Reunião Informativa, momento espiritual para os presentes. Também haverá uma apresentação teatral da Cia. Afro-Cena de Venâncio Aires que envolverá assuntos relacionados ao alcoolismo e à família.
