Dentro da casa de Alexandre, o pinheirinho é um dos destaques na decoração (Foto: Luana Weschenfelder)
Dentro da casa de Alexandre, o pinheirinho é um dos destaques na decoração (Foto: Luana Weschenfelder)

Venâncio Aires - Festa de fim de ano, ainda mais com crianças reunidas, precisa de um Papai Noel, não é mesmo? Pois há quase 20 anos, em uma das confraternizações do Corpo de Bombeiros de Venâncio Aires, o comandante deixou um pedido: alguém fazer as vezes do Bom Velhinho. Foi aí que Alexandre Luís Chaves, hoje com 61 anos, se voluntariou. Coube a uma prima, costureira, tirar as medidas e confeccionar a tradicional roupa vermelha. “O Natal sempre foi significativo para mim. Na infância, ajudando minha vó de criação e minha mãe, a gente montava o pinheirinho. Tinha uns pinheiros na esquina das ruas Voluntários da Pátria com Emílio Selbach, a gente cortava um galho e colocava dentro de uma lata. Era um costume muito lindo. Por isso, quando o comandante conversou comigo, aceitei”, lembra o bombeiro aposentado.

A partir dali, volta e meia colegas perguntavam se Alexandre não poderia ser Papai Noel em festas de família e a história foi indo no ‘boca a boca’. Assim, o bombeiro esteve no Natal de lojas de Venâncio, eventos particulares e festas em escolas do município. “Em todos esses anos, é sempre uma satisfação e uma alegria, ver as crianças correndo para abraçar o Papai Noel, com tanto carinho. Isso nos contagia.” Entre tantos natais, ele guarda com carinho um na casa de uma família no bairro Grão-Pará. “Um menino autista me abraçou com tanto carinho, com tanto amor. Ele estava tão feliz e me emocionou ainda mais porque ele também se chama Mateus, que é o nome do meu filho.”

Pedido inusitado para o Papai Noel

Como toda missão, ser Papai Noel também tem seus momentos ‘brabos’, nas palavras do próprio Alexandre. Ele se refere aos pedidos inusitados de presentes, feitos ao pé do ouvido pelas crianças. “Um dia uma criança, na inocência dela, me pediu que queria um irmãozinho”, revela, entre risos.

“É muito bom chegar numa casa e ver as crianças alegres, sorridentes, me recebendo com um abraço carinhoso. Aquela emoção delas, felizes e dizendo ‘eu vi o Papai Noel’, isso não tem dinheiro que pague. É uma emoção indescritível.”

ALEXANDRE CHAVES – Bombeiro aposentado

Alexandre como Papai Noel entre a esposa Angela e o filho Mateus (Foto: Luana Weschenfelder)

Um pai de família

O Natal é algo especial para Alexandre desde a infância e, quando ele formou a própria família, a data continuou importante. A atenção é percebida dentro de casa, no bairro Brígida, toda decorada com itens natalinos. Ele mora com a esposa Angela Elisane Stein, 58 anos, e o filho Mateus Eric Stein Chaves, 15 anos. Mateus foi adotado pelo casal quando tinha apenas quatro meses e Alexandre também tem uma filha do primeiro casamento, Jéssica, de 34 anos.

Quando se veste de Papai Noel, o bombeiro aposentado conta com a ajuda de Angela, especialmente para deixar a barba alinhada e o gorro com a costura para trás da cabeça. “É uma alegria esse momento, me divirto junto. É bom ter um Papai Noel exclusivo”, brinca a professora aposentada.

Quanto a Mateus, o jovem diz que vive uma situação diferente todo fim de ano, ao ver o pai se caracterizar como Papai Noel. “É o meu pai e me sinto mais feliz ainda porque vejo que meu pai iluminando o caminho de muitas crianças pequenas. E, para mim, é alguém que está sempre do meu lado, me inspirando e me ajudando.”

Perguntado se, até hoje, tudo que pediu ao Papai Noel foi recebido, Alexandre Chaves garante que sim. “Tudo que pedi, recebi. É saúde e uma família linda e carinhosa”, revela, emocionado.