Após licenças, Município contrata dois pediatras

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Devem chegar amanhã, conforme disse em entrevista Marcelo Borges, administrador do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) novos profissionais para atuar no Sistema único de Saúde (SUS) de Venâncio Aires. São dois pediatras que serão contratados de forma emergencial, e temporária, para suprir a carência de atendimentos do hospital, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Postos de Saúde.

Após dias apertados, em função da ausência de dois médicos responsáveis pelo atendimento público – Vilson Francisco Gauer e Yaecoub Yousif Nimer – e que solicitaram licença para tratamento de saúde, a Câmara de Vereadores aprovou na segunda-feira, 13, a contratação emergencial de dois pediatras. A carga horária será de 10 horas semanais e remuneração mensal de R$ 3.231,93. A contratação, de forma temporária, foi autorizada pelo prazo de seis meses, prorrogável pelo mesmo período.

De acordo com justificativa do Poder Executivo para a aprovação do projeto de lei, 2.640 crianças são atendida nas Unidades de Saúde mensalmente. No entanto, no inverno, esse número tem um aumento significativo, em função das doenças respiratórias, comuns nesta época do ano. Como o Município tem três médicos pediatras, sendo que dois estão ausentes, um médico não dará conta da demanda mensal, tendo em vista que a capacidade de atendimento, por médico, é de 528 crianças ao mês.

Em função da demana mensal, solicitou-se a contratação emergencial com dispensa de processo seletivo simplificado.

Falta de profissionais não afeta atendimentos no hospital

Foto: Giuliane Giovanaz / Folha do MateEnquanto os novos profissionais não chegam, estamos contando com a solidariedade dos outros profissionais da área, que atendem de forma voluntária”  Marcelo Borges Administrador  do Hospital São Sebastião Mártir
“Enquanto os novos profissionais não chegam, estamos contando com a solidariedade dos outros profissionais da área, que atendem de forma voluntária”,  Marcelo Borges -Administrador do Hospital São Sebastião Mártir

Até a tarde de ontem, três crianças estavam internadas no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Elas, como afirma o administrador da instituição de saúde, Marcelo Borges, recebem atendimento adequado, mesmo com a ausência dos dois profissionais. “Por enquanto, estamos tratando a situação de forma administrativa”, explica Borges e acrescenta “estamos contando com a solidariedade dos outros profissionais da área, que atendem de forma voluntária.”

Questionado sobre os plantões, Borges destaca que, mesmo com a presença dos profissionais que hoje estão de licença saúde, o primeiro atendimento é feito pelos médicos clínicos gerais. Depois, dependendo da situação do paciente, é chamado o plantonista, no caso os médicos que estão de licença.

Enquanto os novos profissionais não chegam no município, a forma para atender a demanda local, foi criar uma ‘escala de plantonistas’ com os pediatras que não atuam no SUS. “Se não estiver ao alcande do clínico geral, o que dificilmente acontece, recorremos a lista e chamamos o pediatra que aparece em primeiro.”

Carência de pediatras já foi manchete na Folha

Em 2013, a Folha do Mate levantou um debate sobre a falta de profissionais para atender demanda na área pediátrica. Na época, de sete profissionais, apenas quatro atuavam em postos de saúde. Esse número, conforme Secretaria Municipal da Saúde caiu para três pediatras. Se falava nas páginas daquela edição, que a falta de médicos voltados à pediatria seriam a consequência de uma desvalorização na profissão ocorrida nos últimos anos.

Cenário que permanece nos dias de hoje, conforme o administrador do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Marcelo Borges. “Essa realidade não é apenas daqui. Na instituição onde atuei antes de vir para Venâncio, havia menos profissionais para atender uma população um pouco menor que a daqui”, observa e acrescenta “um profissional vai preferir atuar em clínica própria do que no sistema de saúde.”

Conforme Borges, esse ‘desinteresse’ pela rede pública se deve pela desvalorização da profissão. “Esses concursos públicos que as prefeituras realizam são fundamentais para suprir essas necessidades. Pois além de um salário bom, são atrativos devido sua estabilidade.” O administrador ainda avalia que Venâncio Aires está numa região desfavorecida. “Aqui, em especial, muitos tratam como ‘interior’. Então, não se torna atrativo para a vinda de profissionais que, geralmente, procuram capitais onde a oferta de emprego é maior.”

    

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