Embora a produção de tabaco seja a de maior representatividade em Venâncio Aires, agricultores têm apostado em novas culturas, especialmente frutíferas, como alternativa para diversificar a produção e agregar renda. Entre elas, está a noz-pecã, com 18 hectares de nogueiras em crescimento, no município.
Parte deles está na propriedade de Cândido e Adelaide Silvana Gonçalves, em Linha Picada Nova, onde crescem em torno de 500 pés de noz-pecã. O investimento na produção começou em 2010, quando o casal encerrou o trabalho de 35 anos no cultivo de tabaco, e se soma ao cultivo da bergamota morgote.
Desde 2017, a família colhe os resultados iniciais: na primeira safra, foram 70 quilos da fruta com casca e, neste ano, a produção chegou a 120 quilos. “Foi uma aventura. Até agora, investimos, trabalhamos muito na produção e ainda estamos praticamente sem retorno financeiro, mas acredito que isso deve mudar dentro de cinco anos”, projeta o agricultor.
A expectativa, de acordo com ele, é de que a produção atinja entre 30 a 40 quilos de noz por pé, a cada safra, e de que o negócio tenha continuidade nas próximas gerações da família. De olho no futuro, Cândido e Adelaide já planejam abrir uma agroindústria para beneficiar a fruta seca e agregar valor na venda. “O grande desafio é conseguir colocação. Vamos ter que abrir mercado para absorver a produção.”
FRUTÍFERAS EM NÚMEROS
1 Entre as frutíferas, os citrus – laranja, limão e bergamota – representam a maior área plantada, com 126 hectares, e a maior produção, com 1.701 toneladas por ano.
2 No abacate, são 18 hectares plantados, sendo cinco em produção, o que representa 90 toneladas da fruta.
3 Uva, pêssego e morango também têm produção significativa, de 100 toneladas, e uma área plantada de quatro hectares.
Pitaya ganha espaço em meio a outras culturas
A fruta exótica de casca irregular e gomos escamosos que conquistou o paladar de muitos consumidores, nos últimos anos, é a aposta de Guilherme Wagner, 22 anos, como alternativa de diversificação de culturas, desde 2016.
Na propriedade em Vila Santa Emília, onde mora com a mãe e produz tabaco, milho e erva, o jovem cultiva 300 pés de pitaya de três tipos – roxa, pink e roxa com a polpa branca. Em breve, serão mais 200 plantas, com mudas produzidas pelo próprio agricultor.
A safra ocorre entre dezembro e maio, e o auge da produção deve ser alcançado com cinco anos das plantas, com uma produtividade média de 150 frutas por pé, ao longo da safra. Segundo Wagner, a aposta na pitaya se dá tanto pela facilidade no cultivo quanto pela opção de renda com a comercialização da fruta.
“É uma cultura que agrega valor na venda, porque ela tem possibilidade de ser processada, assim como a uva. Pode virar sorvete e licor”, exemplifica. Para o agricultor, a tendência é de que o consumo da fruta se popularize e aumente a demanda pela comercialização.