Airton Artus na COP 11
Deputado estadual, Airton Artus integra comitiva gaúcha em Genebra (Reprodução/FM)

Em avaliação da missão gaúcha em Genebra, durante a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 11), o deputado estadual Airton Artus afirmou que a presença da comitiva brasileira, em número expressivo, foi determinante para “fazer o movimento necessário” em defesa da cadeia produtiva do tabaco.

O parlamentar destacou que o encontro realizado nesta quinta-feira, 20, com o embaixador Tovar da Silva Nunes -o terceiro da semana -representou um momento de diplomacia e resultados concretos. “O que nós temos de informação de bastidores é de que não será tomada nenhuma medida impactante no momento”, afirmou. Segundo ele, o governo deve apresentar uma proposta de incentivo à diversificação, mas sem impor restrições ao plantio. “Dificilmente será implantada qualquer medida em relação aos filtros e eu acredito que a nossa missão foi vitoriosa.”

Para ilustrar o que considera um resultado positivo, Artus recorre a uma metáfora esportiva. “Se um time joga sozinho, ele ganha por WO. Mas se o outro entrar em campo, fizer uma retranca, jogar no contra-ataque, competir, tem grande chance de segurar esse resultado. E é o que nós vamos conseguir. E, neste caso aqui, empate é vitória.”

Presença em Genebra

Questionado sobre a importância de estar fisicamente em Genebra, mesmo sem acesso ao plenário da COP.. Na visão dele, a presença das delegações brasileiras nas COPs é decisiva para contrabalançar propostas consideradas prejudiciais ao setor. “A nossa delegação tem sido fundamental para que o governo brasileiro e os seus representantes sintam essa pressão. A sociedade brasileira, especialmente os produtores, sabe que não está desprotegida. Sabe que nós estamos aqui defendendo os interesses da cadeia produtiva do tabaco.”

“Não tem milagre, não tem ainda substituição para o tabaco”

Sobre os próximos passos no Brasil, Artus entende que o maior trabalho começa agora, especialmente em Brasília, onde decisões estruturantes serão tomadas. Ele acredita que qualquer mudança na produção agrícola deve ser gradual e baseada na realidade dos produtores. “A evolução humana é orgânica e as mudanças ocorrem de forma natural. Acontecerá isso em relação ao tabaco. O próprio tabagismo tem tendência de diminuir, mas não pode forçar a barra em cima de uma situação que está estabelecida”, afirmou. Para o deputado, ainda não existe alternativa viável que substitua economicamente a cultura para milhares de pequenos agricultores. “Não tem milagre, não tem substituição para o tabaco no momento.” Com isso, ele reforça que o papel da comitiva será seguir conscientizando lideranças políticas. “A maioria é desinformada, e quem fica informado logo entende a nossa posição e compreende o nosso trabalho.”

Imprensa

Ao final da entrevista, Artus fez questão de destacar a importância da cobertura jornalística da COP 11, especialmente por veículos da região produtora. “A repercussão no Brasil tem sido muito boa, especialmente na nossa região”, afirmou.. Para ele, a presença da imprensa ajuda a manter responsabilidade e transparência nas discussões. 

Nesta edição da conferência, no entanto, veículos regionais sediados em regiões produtoras de tabaco não tiveram credenciamento aprovado, sendo impedidos de acompanhar as sessões plenárias. Assim, a cobertura ocorreu por meio de agendas paralelas e entrevistas com lideranças da comitiva.