Nos últimos anos, as entidades representativas dos fumicultores e as próprias fumageiras incentivam os produtores a diversificarem a produção e a fruticultura está entre as alternativas. Desde então, diversos produtores estão investindo na produção de frutas, porém a ampliação está estagnada.
Neste contexto estão os citros (laranjas, bergamotas e limões) que são desenvolvidos numa área de 46 hectares. Nos últimos anos, a produção ficou estagnada em função do cancro cítrico e em função do baixo preço ofertado ao produtor pelos atravessadores de outras regiões por não haver demanda local. Uma das tradições no inverno, que é comer bergamota comum, vem perdendo espaço nos últimos tempos para outras variedades da fruta, como a ponkan, a murcot e a montenegrina.
Segundo o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, isto ocorre porque estas são variedades precoces e de fácil crescimento, disponibilidade de mudas de procedência e qualidade no mercado local, sendo ainda, mais atrativas no momento. Mesmo presente em praticamente todas as propriedades do interior, a bergamota comum está perdendo espaço pois ela não tem interesse e nem apelo comercial, além de demorar em média, de 12 a 15 anos após o seu plantio para começar a produzir. Além disso, o seu aproveitamento é muito pequeno, ou seja, a maior parte acaba sendo consumida pelos pássaros ou
acaba apodrecendo.
O ideal seria que a bergamota comum estivesse presente em cada propriedade, pois faz parte do pomar doméstico para a segurança alimentar”
BERGAMOTASegundo Fin, a área de produção da bergamota das variedades comum, ponkan, murcot e montenegrina, está estagnada, pois não há registro de redução ou aumento de área. “A cultura tem se mantido porque existe um comércio informal e um considerável consumo pela população”, observa. Fin acrescenta que a área comercial soma 24 hectares com a fruta, com destaque especial para as variedades ponkan e murcot, pois a montenegrina não é tão expressiva. A laranja é a fruta mais forte em termos comerciais, pois é cultivada em 94 hectares. As variedades são a comum (presente em praticamente todas as propriedades), a valência, a tobias (suco) e a umbigo.
Com um pomar com mais de 600 pés, quem investe na produção de citros é o casal Alvício e Oracilda Ferreira, de Santa Emília. O casal lembra que ingressou na atividade há 22 anos, quando plantou 150 pés de bergamota ponkan. Até então, o tabaco era a principal fonte de renda e, como Oracilda se aposentou naquela época, o casal resolveu diversificar as culturas investindo na fruticultura. Quando Alvício se aposentou, o casal parou com o tabaco e ampliou o pomar com as variedades de laranjas. Toda a produção é destinada para o PAA e para o PNAE, porém, Oracilda está preocupada, pois o PAA ainda não foi aberto este ano e sua preocupação se deve ao fato de que a laranja da variedade tobias está no ponto de colheita e ela tem medo que possa perder as frutas.