As lições de uma pandemia

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Tivemos uma semana atípica e que encerra com um decreto municipal de calamidade pública. A pandemia do novo coronavírus espalha reflexos por todos os cantos e veio para mostrar ao mundo que mais do que afetar a saúde e ameaçar a vida das pessoas, ‘infecta’ a economia, a rotina, nossa vida em sociedade.

Preocupação para muitos, exagero para alguns, incerteza para todos. Um misto de sentimentos tomou conta do Brasil e em Venâncio Aires, o que parecia tão distante há uma semana – o que dirá há três meses, quando tudo começou do outro lado do planeta – agora, é o assunto que nos consome desde a hora de acordar. Na segunda-feira, 17, a Capital do Chimarrão ‘amanheceu’ com um caso suspeito e foi dormir com a informação de que já eram três casos investigados. Ao chegar nesta sexta-feira, 20, o número de casos suspeitos já subiu para 13, mas felizmente, sete já testaram negativo.

Não temos nenhum caso confirmado em Venâncio Aires, mas a própria Secretaria Municipal de Saúde reconhece que isso pode ser questão de tempo, por isso, além do Município estar preparado, cada um de nós deve estar pronto para enfrentar o novo coronavírus. Sem pânico.

Eventos foram cancelados ou adiados, escolas suspenderam as aulas, indústrias anunciaram trégua da produção. O comércio de Venâncio fecha as portas oficialmente a partir de segunda-feira, 23, mas, por precaução, muitos lojistas e prestadores de serviços já paralisaram o atendimento ao público ainda nesta semana. Talvez você, leitor, seja um dos que esteja se perguntando nesse momento: se Venâncio não tem caso confirmado, porque parar, agora? Justamente para continuarmos com essa mesma estatística. Ou seria, privilégio nesses tempos de calamidade? Venâncio não está ilhada e a contaminação comunitária já ‘mora’ a 120 quilômetros daqui, na Capital gaúcha.

É hora de se resguardar para enfrentar o que, segundo especialistas, deve chegar ao pico entre 31 de março e 7 de abril. Não é à toa que o Rio Grande do Sul decretou situação de calamidade pública pela primeira vez na história. Sim, caros leitores! Regras de antes não se aplicam mais.

Nestes últimos dias, ouviu-se muitas pessoas comentando o ‘lado bom’ dessa pandemia estar ocorrendo em uma era tecnológica, o que nos permite se conectar, se informar e até matar a saudade de forma on-line, mesmo em quarentena. Mas também é preciso tomar cuidado com a desinformação que se espalha na internet. Não confie em tudo que você recebe no WhatsApp. Cheque as informações em veículos tradicionais e não seja mais uma transmissor de notícias falsas.

Esse resguardo, agora, é para proteger a saúde física, mas também mental de cada um de nós. Como disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, nesta semana, “nossa família humana está estressada e o tecido social está sendo rasgado. As pessoas estão sofrendo, doentes e assustadas”.

A hora é de prevenção, não de medo, nem de egoísmo. A China, onde tudo começou, já prova que o vírus pode ser contido, mas isso depende de nós. É hora de empatia, solidariedade e por que não dizer, de esperança e inovação? A história está aí para provar que das piores crises enfrentadas, só saímos delas se temos força e união. Enquanto vacinas e medicamentos são testados, precisamos semear doses de otimismo e colher lições.

O que podemos aprender com esta crise de saúde pública mundial? Todas as crises no ensinaram a tomar decisões e adotar mudanças. Depois da Covid-19, se cada governo ter aprendido como adotar ações com urgência e de forma menos burocrática, e se cada cidadão ter aprendido mais sobre empatia e atuar mais para prevenir do que remediar, já teremos lições importantes para contar sobre esse 2020. Ano que mal começou, mas veio para nos desafiar e está deixando ‘uma conta’ para cada um de nós.

    

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