A Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA – sigla em inglês) promoveu, nesta semana, a Assembleia Geral Anual. O evento, na cidade de Dar es Salaam, na Tanzânia, reuniu representantes das organizações membros da Argentina, Brasil, Índia, Malawi, Tanzânia, EUA, Zâmbia e Zimbábue, e partes interessadas do setor do tabaco da Bulgária, Portugal, Polónia, África do Sul e Suíça. Um dos destaques foram as práticas ESG – social, ambiental e de governança – e o impacto socioeconómico positivo do tabaco nas comunidades rurais.
O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, acompanhado pelo segundo-tesoureiro Benício Werner, participou na assembleia. “A assembleia anual da ITGA é muito importante, pois conta com a participação de todos os países que produzem tabaco que trazem informações sobre o setor, numa união de esforços pela cadeia. Voltamos com dados sobre a cultura do tabaco do mundo todo, o que nos dá um cenário e nos orienta acerca de oferta e demanda do produto”, disse Marcílio, ao enfatizar a importância de todos os países produtores serem integrantes da ITGA.
O presidente da ITGA, José Javier Aranda, reafirmou o seu apelo aos governos para considerarem os produtores de tabaco como parceiros fundamentais, tendo em conta a importante contribuição da produção de tabaco como gerador de rendimentos significativos e como fonte de milhões de empregos em toda a cadeia de abastecimento. Falando sobre a Tanzânia, Aranda observou: “O tabaco está entre as cinco principais culturas de rendimento do país, empregando mais de dois milhões e meio de pessoas e gerando cerca de 180 milhões de dólares por ano em receitas de exportação. A Tanzânia está, atualmente, entre os 10 maiores países produtores do mundo.”
Aranda acrescentou que “os produtores de tabaco operam num mercado legal e o tabaco é um dos produtos mais regulamentados”. O presidente da ITGA também destacou a falta de alternativas reais à produção de tabaco. “O tabaco continua a ser uma das principais culturas de rendimento na maioria dos países onde é cultivado. Atualmente, não há espaço para a substituição deste cultivo e apenas as culturas complementares podem ser consideradas como uma forma de transição a longo prazo, desde que existam as oportunidades certas no mercado”.
COP 10
Na Conferência das Partes (COP 10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ocorrerá no Panamá de 20 a 25 de novembro, espera-se uma abordagem negativa ao setor. A CEO da ITGA, Mercedes Vázquez, enfatizou as mensagens prioritárias dos produtores de tabaco na agenda da COP 10. “Por um lado, a ITGA, como única associação mundial de produtores de tabaco, aguarda com expectativa a evolução do artigo 17 (alternativas economicamente viáveis à cultura do tabaco), porque tem um impacto direto na produção de tabaco e, até agora, não há provas de que existam alternativas à produção de tabaco. Por outro lado, estamos a insistir na inclusão dos agricultores na discussão, o que tem sido negado pela CQCT da OMS há quase 20 anos. Nem mesmo a divulgação de informações é aberta ao público. A CQCT da OMS não está a realizar as suas conferências de forma transparente. É expectável que as acusações infundadas contra o setor sejam reforçadas durante a COP 10, subestimando as consequências devastadoras de uma regulamentação desequilibrada para os meios de subsistência de milhões de agricultores.”
A ITGA solicitou o status de observador na COP 10, mas até agora não obteve resposta. Além disso, foi negada à ITGA a participação no workshop online organizado pela FCTC da OMS no próximo dia 6 de novembro para lançar um conjunto de ferramentas para o artigo 17.
Fonte: Assessorias de imprensa da Afubra e ITGA