Para concluir o ano letivo são necessárias 200 aulas. Ou 800 horas para alunos do ensino fundamental e 1 mil horas para estudantes do ensino médio. Segundo a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), as aulas perdidas durante os dias de paralisação dos professores devem ser recuperadas.

Se os professores perdem com o parcelamento dos salários, os alunos com a falta de aulas, especialmente aqueles que concluem o ensino médio neste ano. é o caso da estudante Caroline Medeiros de Campos, 17 anos, aluna do 3º ano da escola Monte das Tabocas. Apesar de apoiar toda a forma de luta pelos direitos e afirmar que os professores devem ser valorizados, aponta: “Nós estamos sendo afetados. Não estamos nem perto, nem no mesmo nível de alunos da rede particular, e agora tendo aulas em turno reduzido, nossas chances de concorrer uma vaga na faculdade é ainda menor.”

A jovem que tem o desejo de cursar Pedagogia, acredita, ainda, apesar do momento que a sociedade vive, na valorização do professor e da educação. “Minha preparação está sendo falha, pois desde a 5ª série estamos no meio de paralisações e o nosso conhecimento acaba ficando defasado. E acabo levando meus estudos com o que tenho mesmo”, lamenta Caroline.

A estudante esteve presente no protesto organizado na terça-feira por alunos da escola Monte das Tabocas e enfatiza que durante a manifestação protestaram, também, contra a recuperação de aula em sábados.“Na nossa estrutura fica complicado ter aulas em janeiro, pleno verão. A escola para o Estado ficou esquecida e a sua reforma tão sonhada só em promessas. Como vamos recuperar? Isto eu realmente não tenho ideia”, diz. O desejo é concluir o ensino médio até o final deste ano.

Conforme a coordenadora adjunta da 6ª CRE, Janaína Venzon, a orientação é para que as escolas organizem a forma que vão recuperar os dias perdido. Mas, de acordo com ela, é necessário que essa recuperação seja feita com aulas presenciais. “é necessário que as instituições nos enviem a forma como vão recuperar as aulas”, diz.

GREVE ESTENDIDA Na quarta-feira, mais uma vez, através de reunião ampliada em Santa Cruz do Sul, o 18º Núcleo do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) decidiu prorrogar a greve dos professores até a próxima sexta-feira, 11. Data, na qual, o Governo deve pagar a parcela de R$ 800 aos servidores. Conforme o presidente do núcleo, Renato Müller, um dos motivos, além da falta de dinheiro, foi também a votação dos projetos, entre eles o PLC 206, que ocorre juntamente com os demais na terça-feira, 8, na Assembleia.

Em Venâncio Aires, até o fechamento desta edição, nenhuma escola havia decidido aderir à greve estendida. A princípio, os educandários que estavam paralisados devem retornar normalmente hoje, com exceção da escola Zilda de Brito Pereira que retoma as atividades apenas na terça-feira.