Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateSegundo Maiquel, medicamentos para problemas estomacais são os que mais têm saída na Farmácia Municipal
Segundo Maiquel, medicamentos para problemas estomacais são os que mais têm saída na Farmácia Municipal

Responsável pela distribuição gratuita de todos os medicamentos básicos e fraldas geriátricas para os usuários da rede pública de saúde, a Farmácia Municipal registrou um aumento de 10,8% no número de atendimentos realizados no primeiro semestre de 2016 em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, a retirada de medicamentos apresentou um incremento de 5,6%.

Nos primeiros seis meses deste ano, deixaram o setor mais de 6,6 milhões de itens, entre comprimidos, frascos, pomadas e injetáveis. No ano passado, no mesmo período, foram 6,2 milhões. Em relação aos atendimentos, são entre 420 e 500, todos os dias, uma média de 415. Em um mês, a Farmácia Municipal atende cerca de 12,4 mil usuários. Em 2015, este mesmo dado era de 380 a 450 atendimentos diários (média de 460), o que remete a uma projeção de 13,8 mil acolhimentos mensais.

Quem se utiliza do setor pelo menos uma vez por mês é o funcionário público municipal Dieferson Umbelina, de 33 anos. Ele administra tratamento para problemas relacionados à depressão e ao alcoolismo e, desde 2010, busca medicamentos – como a Fluoxetina, um antidepressivo – na farmácia.

Na manhã de terça-feira, Umbelina retirou pela primeira vez, neste mês, medicamentos na Farmácia Municipal. Além de antidepressivos, buscou remédios de combate à bipolaridade. Na opinião de Umbelina, ter acesso a medicamentos gratuitos é sempre muito positivo para a população. “Se não fornecessem remédios de graça, eu não teria condições de comprar todos os que preciso todo o mês”, diz.

Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateDesde 2010 e uma vez por mês, Dieferson retira medicamentos na Farmácia Municipal
Desde 2010 e uma vez por mês, Dieferson retira medicamentos na Farmácia Municipal

MAIS PROCURADOSConforme o agente administrativo auxiliar da Farmácia Municipal, Maiquel Henn, o medicamento que mais tem saída é o Omeprazol, que costuma ser indicado, principalmente, para tratamento de problemas estomacais. Na lista dos ‘mais procurados’ também está a Fluoxetina, um remédio antidepressivo.

Do total de atendimentos realizados por dia, 70% das pessoas levam para casa os dois remédios mencionados. Depois da Fluoxetina, medicamentos para tratamento de hipertensão estão no ranking dos mais buscados. Além disso, segundo Henn, a maioria dos usuários tem mais de 40 anos.

Na estação mais fria do ano, aumenta também a procura por antibióticos na Farmácia Municipal. Neste ano, como as baixas temperaturas vieram mais cedo, a retirada de antibióticos já iniciou no mês passado, quando o inverno ainda não tinha começado. Cerca de 57 mil comprimidos e frascos foram distribuídos desde 1º de junho até a tarde desta terça-feira.

Conforme Henn, medicamentos para tratamento de colesterol, diabetes e asma, por exemplo, também são procurados com mais frequência. Para ele, o aumento no número de atendimentos e saída de medicamentos são indicativos de que as pessoas estão ‘mais doentes’.

Exigências da vida moderna e os riscos à saúde

Os motivos que têm levado mais pessoas a terem depressão e a ficarem mais doentes são vários. De acordo com o médico Moacir Ferreira, entre as explicações para isso, estão a correria da vida moderna, a dificuldade de conseguir emprego e a necessidade de garantir uma boa renda mensal. Conforme Ferreira, devido à crise econômica do Brasil, muitas pessoas ficaram mais inseguras e, além disso, as dificuldades diárias também fizeram surgir um excesso de preocupação que, como consequência, pode resultar em depressão.

Segundo o médico, doenças que interferem no sistema nervoso, como a própria depressão, também influenciam na pressão arterial. “O estresse, por exemplo, é um grande causador do aumento de pressão arterial”, esclarece. O profissional explica também que, hoje em dia, muitas pessoas deixam de lado a alimentação natural e partem para uma mais industrializada, muito rica em gorduras e carboidratos, o que faz muitas delas enfrentarem colesterol alto e diabetes.

Matéria completa você confere na edição impressa da Folha do Mate desta quinta-feira, 14, ou no flip.