Para estancar uma de suas piores crises econômicas, o governo gaúcho tem proposto projetos que podem, na contramão da solução, aumentar ainda mais os problemas no cenário macroeconômico. Um desses casos é o do setor de cigarros. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de tabaco em folha no Brasil, principal matéria-prima para a fabricação de cigarros. Com a proposta de aumento do ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e serviços), o governo prejudica empregos na cadeia produtiva e alavanca o mercado ilegal.Os cigarros já contribuem com uma alíquota de 25%, junto com bebidas, armas, perfumaria, cosméticos e telecomunicações. A previsão do projeto é de ampliar esse percentual para 27%. O percentual extra, de 2%, seria encaminhado para o Fundo de Amparo RS, o que significa que o montante arrecadado iria para o governo do Estado.A proposta já foi enviada pelo Palácio Piratini à Assembleia Legislativa e deve ser apreciada durante o mês, caso a intenção do atual governo seja de começar 2016 com as novas alíquotas em prática. “Caso aprovada, a medida poderá trazer prejuízos a toda a cadeia produtiva do tabaco. Convém lembrar que temos no Rio Grande do Sul 84 mil produtores e em torno de 30 mil empregados nas indústrias”, afirma o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke.