Foi sepultado ontem à tarde, no cemitério de Linha Picada Mariante, o corpo de Carlos Alexandre Raimundo Guedes, 35 anos. Ele morreu domingo à tarde, no Hospital São Sebastião Mártir, horas depois de ser esfaqueado por seu próprio irmão, dentro da casa onde ambos moravam, na avenida Ruperti Filho, no bairro Cidade Alta. O suspeito foi ouvido na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e confessou a autoria do crime.
Jonatham Henrique Soares Guedes, 20 anos, é irmão de Carlos somente por parte de pai. Ele estava em casa, no domingo pela manhã, quando foi detido por brigadianos e levado à DPPA para prestar depoimento. Até aquele momento, por volta das 10h, se tratava de uma tentativa de homicídio, já que Carlos estava vivo, sendo submetido a cururgia no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM).Em depoimento, Kinho, como é conhecido, disse que estava em casa, dormindo, quando foi acordado por Carlos, que entrou em seu quarto. O jovem revelou que eles haviam brigado na noite anterior e que seu irmão o ameaçou.Kinho conta que neste momento pegou uma faca – disse que dormiu com ela – e desferiu alguns golpes contra Carlos. “Só não sei dizer quantos”, mencionou. Depois, alega que o imrão saiu do seu quarto e ele não sabe mais o que aconteceu.Socorrido pelo Samu, Carlos foi encaminhado ao HSSM, onde foi submetido a cirurgia. Ele morreu por volta das 14h30min e seu corpo foi encaminhado à necropsia.
LEVANTAMENTOSOntem pela manhã, agentes do Setor de Investigações (SI) foram ao local do crime. Conversaram com a mãe de Jonathan, que disse não ter presenciado as facadas. Perguntado sobre o filho, relatou que ele saiu de casa e não sabe para onde foi.Divina Guedes, 48 anos, contou que no sábado à noite, seu filho e o enteado discutiram e depois saíram para um baile. Kinho retornou por volta das 4h30min, pegou algumas roupas de Carlos e as queimou, na entrada da garagem da casa.Vendo a cena, o marido de Divina ligou para Carlos e pediu para ele não voltar para casa, para evitar um mal maior. Já passava das 7h quando ela e o marido saíram de casa para ir à igreja. Carlos chegou pouco depois deles terem saído.No quarto onde Carlos dormia e dividia com outro irmão – ele estava separado da companheira, com quem tem uma filha – ainda há manchas de sangue no chão. As roupas que ele usou no baile estão jogadas atrás da cama.No quarto de Kinho, os agentes do SI se depararam com capas de DVDs de filmes de ação, uma espada pendurada na parede e um armário cheio de inscrições. Entre elas, uma que mais chamou a atenção: “Bem ou mal, coisa e tal, sobrevivi, como fênix, renasci, sou guerreiro de fé e por Deus abençoado”.
REINCIDENTESegundo apurado pela polícia, Kinho está envolvido em outro crime, praticado na madrugada do dia 26 de julho deste ano. Ele e outro jovem, já identificado, foram responsabilizados pela morte de Luiz Fernando Ferreira, 26 anos. A vítima foi morta a tiros, próximo ao estádio Edmundo Feix, depois de participar de uma boate.Durante as investigações, os policiais chegaram aos nomes dos suspeitos, o que foi confirmado pelos depoimentos de testemunhas. Este inquérito, observa o delegado Felipe Canos, dever ser remetido à Justiça nos proximos dias.