Pichação contendo palavrões e outras frases de protesto foi encontrada recentemente, em um dos banheiros do Parque Municipal do Chimarrão. (Foto: Leonardo Pereira)
Pichação contendo palavrões e outras frases de protesto foi encontrada recentemente, em um dos banheiros do Parque Municipal do Chimarrão. (Foto: Leonardo Pereira)

Nos últimos dias, foram encontradas pichações no Parque Municipal do Chimarrão. O fato teria ocorrido entre os dias 12 e 13 de novembro, e o alvo foi um banheiro na parte baixa do Parque, próximo ao campo de futebol da Associação Independente de Veteranos (Assive) e da pista de kart.

Segundo o coordenador do Parque do Chimarrão, Noredi Rodrigues, a pichação deve ter sido feita na parte do dia, quando a fiscalização é mais branda. “Infelizmente, a guarnição de segurança não é fortalecida durante o dia, e acreditamos que tenha acontecido neste período, no sábado ou no domingo”, reforça.

As pichações, em toda a estrutura, contêm frases como “Salve a rua”, “Contra o sistema” e “Visão”, além de outras com palavrões, na linha de críticas ao ‘sistema’. O coordenador ainda afirma que não é a primeira vez que pichações são encontradas no Parque. Anteriormente, foram vistas na Casinha do Kart, local que foi limpo e pintado. “Mas eram menos hostis do que essas”, relata, acrescentando que o dano causado desta vez também já foi consertado.

Conforme ele, a administração do Parque e a comunidade repudiam essa atitude. Rodrigues diz que já foi cedido um espaço, próximo à pracinha – no outro lado do campo de futebol -, para a Organização Não Governamental (ONG) Consciência e Atitude (Coat) produzir um trabalho de arte em grafite. “Acreditamos que os responsáveis podem ser inseridos nas ONGs para desenvolver a sua arte de outras formas”, destaca.

Fiscalização

• O Parque Municipal do Chimarrão não conta com controle ou fiscalização no acesso ao local durante o dia – com exceção em datas de eventos. Contudo, depois das 19h, uma guarnição de segurança passa a controlar a entrada e saída. Ainda assim, existem câmeras de segurança por todo o Parque. “Estamos tentando identificar o momento do ocorrido e os responsáveis”, explica Rodrigues.

Trabalho feito pela Coat

A Organização Não Governamental (ONG) Consciência e Atitude (Coat) foi criada em 2006, em busca de mais cultura e cidadania, com foco na população mais carente, moradores de bairros e vilas. A Coat tem como objetivo estimular novas lideranças comunitárias e culturais, a fim de contribuir com o desenvolvimento social e humano.

Além de incentivar o trabalho voluntário, a ONG também visa a formação e profissionalização de seus integrantes, para fomentar a cadeia produtiva da cultura e das artes, promovendo a economia criativa e a geração de renda.

Para o grafiteiro da Coat, Edison Peralta, a atitude presenciada no Parque é uma forma de protesto e é complicado impedir a realização. No entanto, ele explica que a melhor forma de prevenir atos como este é com a conscientização e, também, popularizando a arte em grafite para as ruas e população. “Com desenhos nas paredes, bonitas e bem pichadas. Ninguém risca em um grafite, só a arte para combater essas atitudes”, relata.

Já o produtor cultural e coordenador da ONG, Djalma da Silva, frisa que a linha entre coibir as pichações e, também, as manifestações artísticas, é tênue. “Temos que direcionar as pessoas para se manifestarem e se expressarem nos lugares certos. Na base da força não há resultados. É preciso entender, estudar e conhecer, pegando para nós esse potencial e esse pessoal”, diz.

Exemplo positivo: arte em grafite da Coat nas proximidades da pracinha. (Foto: Leonardo Pereira)