Assim que a Assembleia Legislativa aprovou, na noite de terça-feira, 18, a flexibilização da venda e do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul, o assunto não saiu mais de pauta. De um lado, os que entendem que a cerveja está no contexto do mundo da bola, já de outro, aqueles que não são convencidos de que futebol e bebida podem conviver pacificamente. Por 25 votos a 13, a proposta de Gilmar Sossela e Ciro Simoni, ambos do PDT, foi aprovada no Palácio Farroupilha, de onde será enviada ao governador do Estado, que sancionará ou vetará a proposição dos parlamentares.
Não se sabe, ao certo, se caberá ainda a José Ivo Sartori (MDB), ou ao governador eleito, Eduardo Leite (PSDB), a manifestação sobre a iniciativa. O que está confirmado é que, assim que o projeto der entrada na Casa Civil, o chefe do Executivo terá prazo de 15 dias para se manifestar. Conforme o secretário-chefe da Casa Civil de Sartori, Cleber Benvegnú, caso a decisão caiba ao atual governo, representantes de áreas como Saúde e Segurança, especialmente, serão ouvidas antes de um anúncio oficial do Estado.
RECEITAPara o presidente do Esporte Clube Guarani, Sérgio Batista, a flexibilização oportuniza aos clubes do interior, principalmente, uma nova fonte de receita. “A gente passa por muitas dificuldades, e a comercialização de bebidas pode representar uma entrada importante de recursos, pois precisamos de caixa para honrar os compromissos”, argumenta. Ele entende que é possível fazer um controle rígido da venda dos produtos, evitando liberar garrafas para os torcedores, por exemplo. “Sabemos que serão necessários muitos cuidados, mas acho que é possível manter a ordem. Talvez possamos usar latinhas”, sugere.
PERIGOJá a comandante da 3ª Companhia da Brigada Militar de Venâncio Aires, capitão Michele da Silva Vargas, acredita que a liberação de bebidas nos estádios vai causar transtornos. “O problema maior será em relação à regulamentação da entrada com garrafas. Será um perigo se isso acontecer”, diz a oficial. Conforme ela, “o álcool em excesso, comprovadamente, causa alterações comportamentais nas pessoas, deixando-as fora de si”. A comandante afirma que não vê com bons olhos a iniciativa, “mas somos cumpridores da lei”.
*Colaborou Alvaro Pegoraro

Reunião
Nesta semana, o tenente Carlos Leandro Altermann Platen, comandante do 1º e 2º Pelotões da Brigada Militar, se reuniu com a direção do Guarani para uma conversa inicial acerca do tema. As partes já acordaram que, mesmo que a comercialização de bebidas alcoólicas seja liberada, será vedado o acesso ao pavilhão e arquibancadas de recipientes que possam oferecer riscos à integridade física dos frequentadores do Estádio Edmundo Feix.
Pelo projeto, a venda e consumo de bebidas alcoólicas será permitida até o intervalo e depois do fim das partidas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul.