Por Cristiano Wildner e Leonardo Pereira
Será implementada, a partir deste mês, operação que vai aumentar o número de policiais militares e de agentes de trânsito nas ruas de Venâncio Aires para abordagens a motociclistas. A medida, que atende reivindicação da comunidade, visa combater excessos praticados especialmente por motoboys, condutores que atuam no transporte remunerado de cargas.
As abordagens serão inicialmente educativas e orientativas. Reuniões com a categoria também estão na pauta da Brigada Militar e da Secretaria Municipal de Segurança Pública. Posteriormente, o foco será direcionado à fiscalização com verificação da aptidão profissional.
A medida foi anunciada em entrevista ao programa Terra em Uma Hora, da Terra FM e Folha do Mate, pelo comandante do policiamento da Brigada Militar (BM) de Venâncio Aires, tenente Leandro Altermann, e pelo assessor da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Luciano Teixeira.
A ação começa neste mês, mas a iniciativa terá operações diversas ao longo do ano. O trabalho de orientação, com distribuição de material educativo, será diurno e noturno. A intenção é criar, mensalmente, barreiras em diferentes pontos da cidade. “Temos regras de trânsito que precisam ser seguidas e é justamente o trânsito um dos grandes responsáveis por mortes em nosso município”, destacou Altermann.
A operação permanente foi criada pelo excesso de motociclistas que se envolvem em colisões no trânsito de Venâncio Aires. As infrações mais comuns envolvem alta velocidade, trânsito em calçadas e desrespeito ao sinal vermelho de semáforos.
Legislação
Profissionais que desconhecem as regras, dinâmica e legislação do segmento migraram para a atividade, especialmente, durante a pandemia. Tanto é que em operações anteriores foram flagrados menores de idade ou mesmo não habilitados conduzindo motos para o transporte remunerado de cargas. Em outras situações, por exemplo, foi constatada a ausência de freios nos veículos. “Literalmente esses condutores colocam em risco não apenas eles, mas todos os usuários da via”, ressaltou Alternann.
Segundo Teixeira, uma estimativa aponta a existência de 200 motofretes em atividade na Capital do Chimarrão, mas menos de 30 estão efetivamente regularizados junto aos órgãos de fiscalização e com cadastro atualizado na Prefeitura.
“O aumento da fiscalização precisa ocorrer”
Para quem é dono de uma empresa de tele-entregas, o aumento da fiscalização também é considerado positivo. É o que aponta Thiago Rafael Batista, 33 anos, que trabalha há mais de 15 anos com entregas em motos. Em 2013, ele abriu a empresa Rapidex, que conta com um funcionário registrado e outros cinco como freelancers. O registrado trabalha o dia inteiro e os demais são mais focados em entregas noturnas. “Todas as motos são minhas e, por isso e outros motivos, sempre pedimos o máximo de cuidados, para evitar acidentes e ter cuidado com os limites de velocidades”, destaca.
Batista ainda afirma que o aumento da fiscalização precisa realmente ocorrer, pois tem muitos que ‘fazem loucuras’, principalmente com excesso de velocidade, ultrapassagens pela direita ou no meio de dois carros, além de ‘furar’ o sinal vermelho. “Não concordamos com isso. Mas dizer que não acontece é impossível, até por que outros motoristas também fazem isso. Com os motoboys é mais elevado por conta do volume de entregas e os prazos necessários para a realização. Infelizmente, essa é a realidade.”
Segundo o empreendedor, na empresa dele aproveita-se a realização de mais fretes em uma única viagem quando esta é para fora da cidade. Em casos dentro do município, os pedidos chegam e são despachados para os motoboys realizarem as entregas, buscando separar para que todos façam um número semelhante de entregas.