A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou números preocupantes no Brasil. Em apenas um ano, o país passou a ter quase 2 milhões de pessoas a mais vivendo em situação de pobreza – 52,8 milhões em 2016 para 54,8 milhões em 2017. Isso representa cerca de 26% da população brasileira.
Mas se no gráfico nacional a curva subiu, no caso de Venâncio Aires ela tem descido nos últimos anos. O que dá respaldo para essa afirmação é o número de famílias incluídas no Cadastro Único do município. É esse sistema que reúne as informações para a concessão de benefícios e no qual, portanto, aparecem os beneficiários do Bolsa Família. O programa federal é o principal balizador que indica quantas pessoas estão em situação de pobreza ou extrema pobreza, já que recebe o auxílio financeiro apenas quem se encaixa nesses padrões.
Conforme dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social, Venâncio Aires tinha, em novembro deste ano, 1.761 famílias beneficiárias do Bolsa Família. Entre elas, há quem tenha renda de até R$ 89 per capita (extrema pobreza) e até R$ 178 per capita (pobreza). São 430 famílias a menos que as 2.191 beneficiadas em novembro de 2017. A diferença aumenta ainda mais em relação ao mesmo período de 2016, quando a soma chegou a 2.450 benefícios.
OS MOTIVOS DA QUEDAEssa diminuição nos números da pobreza em Venâncio Aires teria dois motivos: o pente-fino do Governo Federal sobre o Bolsa Família e a volta ao mercado de trabalho para quem estava desempregado.
Segundo a responsável pelo Cadastro Único, Lidiane Pereira Fausto, a Controladoria Geral da União é quem confronta os dados. “Os dados municipais são cruzados com os dados nacionais. Nessa fiscalização mais cuidadosa, muitas coisas são identificadas, principalmente a omissão de renda, de pessoas que estão trabalhando e não declaram.”
Além disso, Lidiane aponta o maior acesso ao trabalho. “De um ano para outro vem diminuindo o número de famílias em situação de pobreza. O pente-fino ajuda, mas é que muita gente também volta a trabalhar e sai dessa situação. Do ano passado para cá isso foi muito comum.”
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A menção de Lidiane é sustentada por outros números, os quais dizem respeito à movimentação entre admissões e demissões do mercado de trabalho de Venâncio Aires. Conforme dados da agência FGTAS/Sine local, em todo 2017 o município teve um saldo positivo de 134 empregos gerados. “Ano passado houve uma evolução maior porque tivemos uma maior produção no setor de tabaco. Não apenas as fumageiras contrataram mais, mas diversos setores de serviço que estão interligados também”, explica o coordenador do Sine, Adriano Costa. Em 2018, no período de janeiro a outubro, o município tem um saldo positivo de 395 empregos.
BOLSA FAMÍLIA
Até o dia 10 de dezembro, Venâncio contabilizava 1.687 famílias beneficiárias com o Bolsa Família. A maioria, segundo a Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social, é moradora dos bairros Battisti e Coronel Brito. A média de auxílio gira em torno R$ 144 por mês por família, já que o valor pode variar conforme o número e idade das crianças e se há uma gestante, por exemplo.
Os beneficiários do programa federal em Venâncio Aires também têm desconto na conta de água e, neste ano, passaram a receber auxílio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). É importante que os beneficiários mantenham o registro atualizado, pois a desatualização pode levar ao bloqueio ou à exclusão do cadastro. A orientação é fazer isso uma vez por ano ou se houver qualquer mudança de endereço ou renda.
5.045 – é o número de famílias no Cadastro Único de Venâncio Aires. São casos de quem recebe até três salários mínimos por família ou meio salário per capita. Em 2016, eram mais de 7 mil cadastros.
