Câmara de Vereadores lidera discussão sobre o futuro da água

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Após a estiagem que afetou Venâncio Aires no verão deste ano e preocupou a população e autoridades, a Câmara de Vereadores decidiu liderar a busca de soluções para o problema. Para isso, foi criada a comissão da Crise Hídrica, presidida pelo vereador Benildo Soares (Republicanos), e que conta com os vereadores César Garcia, como vice-presidente, e os membros Gerson Ruppenthal e Elígio Weschenfeler.

Nos próximos meses, o Legislativo também promoverá cinco audiências públicas para discutir o futuro da água no município. A iniciativa integra o projeto Nascentes, liderado pela Folha do Mate e Terra FM. O primeiro debate está marcado para o dia 11 de agosto, às 19h, uma live que será transmitida pela página da Câmara no Facebook e que terá como tema ‘As Nascentes do Arroio Castelhano’.

Segundo o presidente da Câmara, Tiago Quintana (PDT), é possível prever, mesmo não tendo conhecimento técnico, que o crescimento do município vai demandar cada vez mais água e o arroio Castelhano pode não dar conta de abastecer tudo. “Vamos precisar investir em infraestrutura a longo prazo para que saibamos de onde virá a água para abastecer a cidade”, completa.

Quintana cita, ainda, que, na última estiagem registrada, foi feita uma barragem com urgência, sem licença ambiental, pois era necessário para não parar com o abastecimento. Mas, como tudo isso tem impacto ambiental, o Legislativo entende que precisa se inteirar nesses debates sobre as soluções mais assertivas.

Para que seja possível diagnosticar qual o caminho mais viável e que vai trazer melhores resultados, por meio da comissão. serão promovidas audiências públicas, transmitidas ao vivo pelas redes sociais, para que profissionais que entendem do assunto possam dar um panorama mais técnico da realidade de Venâncio Aires. “Queremos alcançar, inicialmente, nessas audiências públicas, o parecer técnico com pessoas que entendam da área”, enfatiza. O objetivo da comissão de Crise Hídrica é atuar nesse estudo de viabilidade das ideias de soluções.

“Temos que debater sobre o que vai ser feito para garantir o abastecimento de água a longo prazo. Ao longo dos anos muitas alternativas já foram citadas, mas nunca houve um avanço significativo na resolução do problema, que persiste e cada vez mais tem se agravado. Nosso município vai crescer e precisamos prever de que forma resolver essas demandas.”

TIAGO QUINTANA – Presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires

Live sobre ‘Nascentes do Arroio Castelhano’

O debate no dia 11 de agosto, ocorre às 19h e será transmitido pelo Facebook da Câmara de Vereadores. Estão confirmadas as presenças do servidor público da Secretaria de Meio Ambiente e coordenador do Comitê das Nascentes do Arroio Castelhano, Rui Schwinn; de Volnei Alves Corrêa, do Rotary Club Venâncio Aires Chimarrão; e do chefe do escritório da Emater, Vicente Fin.

Criação de um lago no entorno do Castelhano é uma das soluções cogitadas

Uma das soluções que devem ser avaliadas por profissionais capacitados durante das audiências públicas é a construção de um ou mais lagos no entorno da várzea do Castelhano. O presidente do Legislativo, Tiago Quintana, defende que, se for possível conduzir essa questão ambiental, a ideia é fazer mais do que um simples açude, mas transformar em um ponto de aproveitamento da cidade. Nesse sentido, seria possível urbanizar e ter uma atração com caminhódromos, por exemplo, a exemplo da orla do Guaíba, em Porto Alegre. “Poderíamos criar um novo ponto de aproveitamento da cidade no entorno do lago. Além de garantir a água, que a gente possa fazer uma área útil”, sugere.

Ele observa que a opinião técnica de profissionais da área vai nortear o debate, para definir de que maneira isso poderia ser feito, o custo e quanto tempo levaria. “A partir disso podemos traçar um planejamento ou então chegar ao resultado de que não é possível uma obra dessas tanto financeiramente ou pelo impacto ambiental. Com isso, temos que trabalhar com outra alternativa”, afirma.

O presidente do Legislativo acrescenta que a Companha Riograndense de Saneamento (Corsan) não mostrou muito interesse em custear uma obra desse porte e, com isso, outras possibilidades se apresentam. Caso o Município viabilizasse a instalação, teria posse da água e poderia assumir os custos e repassar a água para a companhia, quando necessário, já que é a empresa tem contrato e é responsável por fornecer a água para a população. “Dessa forma podemos pensar até em uma modalidade de sustentabilidade econômica, é de se analisar”, completa.

Rio Taquari

Uma outra alternativa que se discute é a instalação de uma adutora no Rio Taquari. Quintana reforça que tudo precisa dessa análise pois por conta de custos, já que pode ser o mesmo que a criação do lago.

Poços artesianos

Outra estratégia que tem já tem sido comentada, nos últimos anos, é a ampliação do uso de água de poços artesianos para dar suporte ao abastecimento da Corsan. Atualmente, funcionam dois poços da rua Emilio Michels, próximo à Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Mônica e um no Loteamento Morsch. Além disso, no início de julho foi aprovada no Legislativo a cessão de uso de um terreno no bairro Bela Vista para que seja colocado em funcionamento outro poço artesiano no local. A expectativa é que o trabalho de instalação seja finalizado e o processo de captação comece em três meses. O poço deve abastecer quatro mil pessoas nos bairros Bela Vista, Loteamento União Bela Vista (Vila Tata), bairros Santa Tecla e Diietrich.

A Corsan também analisa a possibilidade de contar com mais três poços: um em Vila Mariante, aproveitando a estrutura da ETA, e outros na entrada do bairro Universitário e no bairro Brands.

Na estiagem do início deste ano, nível do Castelhano preocupou população (Foto: Alvaro Pegoraro/Arquivo FM)


Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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