O setor do tabaco vai implementar um projeto-piloto de certificação do produto a partir da próxima safra. O objetivo é garantir ao mercado internacional que o tabaco produzido no Brasil possui baixo impacto ambiental e social, agregando assim maior valor ao produto. O assunto foi debatido nesta quarta-feira, 18, durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, em Brasília. Maior exportador de tabaco do mundo, o objetivo é que o Brasil tenha também o primeiro tabaco com certificação de qualidade.
A região sul do país, que concentra 98% da produção brasileira, com cerca de 162 mil produtores integrados, irá participar do projeto piloto com 150 agricultores. A partir do mês de maio, 40 técnicos das empresas serão disponibilizados para acompanhar o processo e, sucessivamente, o número de agricultores participantes deve aumentar a cada safra.
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schunke, destaca que o projeto será muito importante. “Mesmo sabendo que a maior parte da produção já acontece de forma integrada e respeitando leis trabalhistas e de meio ambiente, a certificação vai permitir esse reconhecimento internacional. Hoje o tabaco da áfrica chega com muita facilidade e sem imposto na Europa, mas eles não têm qualquer certificação”, completa.
O prefeito de Venâncio Aires e representante do Vale do Rio Pardo na Câmara Setorial, Airton Artus, participou do encontro em Brasília. Além do projeto de diversificação, a reunião contou ainda com a explanação dos grupos temáticos da Convenção-Quadro e Mercado Ilegal; a proposta de embalagens genéricas para o cigarro, sem a exploração de marcas; apresentação dos números da exportação 2014 e debate sobre o artigo apresentado pelo deputado gaúcho Osmar Terra na Revista Exame.