Secretaria de Desenvolvimento Rural trabalha no auxílio às famílias que sofrem com a estiagem. (Foto: Leonardo Pereira)
Secretaria de Desenvolvimento Rural trabalha no auxílio às famílias que sofrem com a estiagem. (Foto: Leonardo Pereira)

No início do mês de dezembro, Venâncio Aires foi devastado com dois temporais que causaram prejuízos, tanto na cidade quanto no interior. Além das casas e galpões, houve estragos em diversas culturas agrícolas, como o tabaco, que sofreu com o granizo, e o milho, que estava no período de florescimento em outubro. No entanto, após esse período, as chuvas reduziram e os impactos da estiagem já começam a serem sentidos, inclusive para o consumo humano.

Na Capital do Chimarrão, segundo informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, atualmente 170 famílias são atendidas com um caminhão-pipa que realiza a entrega de água em diversas localidades. De acordo com o coordenador técnico administrativo da secretaria, Rodrigo Garin, conhecido como Rodrigo VT, até o momento já foram entregues mais de 600 mil litros de água. “No momento estamos com um caminhão-pipa realizando a entrega de água, pois a empresa ganhadora da licitação das caixas de transporte de água demorou a entregar as caixas, que só chegaram na segunda-feira, 26”, destaca.

Duas caixas d’água que serão colocadas em caminhões para transporte de água foram entregues na segunda-feira, 26. (Foto: Divulgação)

As duas caixas d’água serão colocadas em dois caminhões – que farão a função improvisada de caminhões-pipa – para ajudar nos atendimentos. Além disso, a secretaria também trabalha com duas máquinas terceirizadas para a realização de trabalhos de abertura e limpeza de poços artesianos, cacimbas (cisternas, poços, buracos), buracos de água e açudes para animais.

Além das cargas de água, os moradores também recebem a entrega de um frasco de 50 mililitros de hidroclorito de sódio, para manter a água potável.

Necessidade

Morador de Linha São João, o comerciante Diego Ferreira de Almeida, 38 anos, recebeu mais uma carga de água do caminhão-pipa, na tarde de ontem. Ele diz que a primeira requisição deste ano foi em setembro, mais cedo que em 2021, quando não precisou pedir ajuda até o mês de novembro. Na residência ele conta com um poço artesiano de cerca de 20 metros de profundidade mas que não deu conta da demanda. “A família aumentou e o poço parou de ‘dar conta’, a fonte de água não é tão forte”, explica.

Diego Almeida recebe auxílio desde o início de setembro. (Foto: Leonardo Pereira)

Segundo ele, a rede de água encanada não é uma possibilidade, por conta dos valores e da localização, sendo assim, o auxílio de caminhões-pipa é essencial. “A equipe é bem pontual, nunca me deixaram na mão, o apoio e a entrega são excelentes”, comemora.

Regiões mais atingidas:

  • Na região baixa: no distrito de Vila Estância Nova, englobando Cerrito, Cerro dos Bois, Ponte Queimada, Rincão de Souza, Campo Grande e Linha Coronel Brito. Além também de Linha Tangerinas e Linha Isabel;
  • Na região serrana: no distrito de Vila Deodoro, englobando Linha Santos Filho, Marmeleiro, Linha Cipó, Linha Cachoeira, Linha Lucena, Monte Belo e Paredão Pires.


Situação de emergência

A estiagem já levou 12 municípios a decretarem situação de emergência no Rio Grande do Sul. O primeiro município a protocolar o pedido no Sistema Integrado de Informações de Desastres (S2ID) foi Tupanciretã, em 1º dezembro. O processo já foi homologado pelo governo do Estado e reconhecido pela União, tornando o município apto a solicitar recursos para atendimento à população afetada.

Leonardo Pereira

Repórter

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