Casos Covid em Venâncio aumentam quase 500% em um mês, mas maioria com sintomas leves

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O fim de 2022 termina com aumento significativo de casos de Covid-19 em Venâncio Aires. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, entre 1º e 27 de dezembro foram 649 notificações. Embora não há situações de maior gravidade ou aumento significativo de internações, fato é que essa nova leva de casos impacta de alguma forma para a população e os órgãos de saúde pública.

O número desse mês é 495% maior que o de novembro, quando foram 109 casos no município, mas a disparada de casos novos vem sendo registrada desde outubro, quando foram apenas 11 notificações.

Se há exatos dois meses Venâncio comemorava uma semana de zero casos novos, zero casos ativos (em recuperação domiciliar) e zero internados (o que não acontecia desde abril de 2020, no início da pandemia), as últimas semanas de 2022 já religam o alerta e um ‘termômetro’ disso é o movimento percebido nas unidades de saúde. “Com certeza tem refletido tanto nas unidades de saúde como na UPA, no aumento de consultas e na realização de testes”, informa o coordenador das Unidades Básicas de Saúde, Alan Flores da Rosa.

Na UPA, o superintendente administrativo, Rodrigo da Silva, confirma o aumento na procura. “Desde o início de dezembro, cresceu bastante o movimento. Na última segunda [26], foram 225 atendimentos. Na segunda anterior [19] teve 250. Claro que não é só Covid, mas ela contribui. Felizmente os sintomas não são graves e não temos tido alta complexidade”, avalia Silva.

Já no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), o momento também é de atenção. “Disparou um alarme interno. Estamos com funcionários afastados e um certo aumento de pacientes com Covid, mas sem gravidade. Estamos atentos”, relatou o administrador, Luís Fernando Siqueira. Na tarde desta quarta-feira, 28, eram sete pessoas internadas (cinco de Venâncio), todas em leitos clínicos.

Variante

Ainda em novembro, a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde já informava aos municípios da região sobre o possível aumento de casos e a explicação passava pela subvariante da ômicron, a BQ.1, que circula de forma predominante no Rio Grande do Sul nos últimos dois meses.

Mas isso não é exclusividade do estado e a situação é a mesma no Brasil e em várias partes do mundo. Como outras subvariantes, a BQ.1 também é muito transmissível e pode ‘escapar’ com mais facilidade dos anticorpos gerados pelas vacinas ou por infecções anteriores.

No entanto, o que também já vem sendo dito há bastante tempo por especialistas, é que as vacinas atuais ajudam a reduzir o risco de infecção grave, por isso é importante tomar todas as doses disponíveis. “Quem acaba internando são as pessoas de mais idade, com mais de 80 anos, e quem não têm esquema de vacina completo. É um alerta para gente reforçar as doses, colocar o calendário em dia, principalmente os de maior risco, com comorbidade”, destaca a infectologista, Sandra Knudsen.

A médica também comentou sobre o comportamento sintomático. “É uma variante muito transmissível e tem capacidade de disseminação rápida. Por outro lado, tem um número muito maior de casos mais leves. São sintomas de virose, como nariz obstruído, coriza, tosse, irritação na garganta, às vezes uma febre baixa. Na maioria a recuperação acaba sendo conduzida em casa.”

45 – é o número de profissionais do HSSM e UPA que já precisaram de afastamento devido à Covid desde novembro. Mas desse total, 39 já estão de volta ao trabalho. Segundo Clarice Martens, técnica de Segurança do Trabalho no hospital, a maioria teve sintomas leves e se recuperou em casa.

“Acompanhamos o aumento de novos casos, mas sem sobrecarga no hospital e observamos mais casos leves. As recomendações continuam em cuidados de higiene, uso de álcool gel, realização de exames e afastamento se tiver sintomas. Além de manter o esquema vacinal atualizado.”

JARBAS DA ROSA – Médico e prefeito de Venâncio Aires

Testes na rede pública

• Depois de registrar apenas 152 testes em outubro, a rede pública de saúde contabilizou 399 em novembro e 1.594 em dezembro. O número deste mês é o maior desde abril de 2022, quando foram realizados 1.686 testes em Venâncio Aires.

Os 649 casos confirmados em dezembro (até o dia 27), já colocam o mês entre os três períodos com maior incidência de notificações em 2022. Só fica atrás de janeiro (3.141) e fevereiro (2.239).

Estado

• Outubro: 3.623 casos e 58 mortes

• Novembro: 30.433 casos e 68 mortes

• Dezembro: 103.591 casos e 187 mortes



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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