Com casos frequentes em Venâncio Aires, a cinomose é uma doença causada por um vírus que afeta cães de todas as idades. A médica veterinária Ana Maria de Campos destaca que nesta época são muitos episódios da doença, em animais que vivem em casas, apartamentos e até mesmo no interior, além de animais de rua que já são encontrados infectados. “São muitos tutores com os seus cachorros doentes”, afirma.
Segundo a profissional, os sintomas da cinomose canina variam de acordo com o estágio da doença e o sistema do organismo que está afetado, mas os tutores devem ficar atentos com sintomas respiratórios como tosse e secreção ocular e nasal; sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia; e sintomas neurológicos, quando o cão pode ter convulsões, tremores e paralisia.
Ana destaca que a cinomose tem cura, mas depende do estágio da doença. Além disso, não há um tratamento específico para combater o vírus, e a doença é identificada através dos sintomas e com a realização de exames de sangue e de urina.
Os cães afetados pela cinomose ainda podem ter sequelas, como a paralisia parcial ou completa permanente, com dificuldade para andar e desenvolver tremores ‘tiques’, por exemplo, a contração involuntária de uma pata ou de um lado da cabeça. Alguns cães passam também a andar em círculos. O tratamento é baseado em tratar os sintomas e dar suporte ao organismo para enfrentar a doença. Em muitos casos é necessária a internação do paciente para cuidados intensivos.
Quem passou por este susto recentemente foi a atendente de restaurante, Patrícia Rodrigues Ferreira, 43 anos, com a sua pet, a cachorrinha Shitzu, Luna de apenas 1 ano. Patrícia conta que a cinomose foi descoberta através de um teste e os sintomas apresentados foram diarreia, vômito e sonolência. A moradora de Linha Hansel aconselha que os tutores se atentem às vacinas dos pets. “Quando levar para passear, também ter cuidado com as fezes de outros cachorros, pois essa doença é contagiosa, de cão para cão”, comenta. No momento, Luna está internada em uma clínica em Santa Cruz do Sul, em isolamento, e recebe o tratamento para os sintomas da cinomose.
Vacinação contra a cinomose
A médica veterinária reforça que a principal forma de prevenção é a vacinação periódica anual com vacinas de boa qualidade e também assegurando a primo-vacinação, que é a imunização realizada nos primeiros três meses de vida, e depois repetida anualmente. “Vejo que acabam esquecendo de cuidar as datas e realizar as vacinas todo o ano. Muitas vezes, são aplicadas vacinas a domicílio, sem auxílio do médico veterinário e com imunizantes de baixa qualidade, que não são eficazes para prevenção. É importante ter o acompanhamento médico, que seja aplicada uma vacina de confiança e mesmo que seja em casa, que tenha o cuidado com a refrigeração do imunizante.”
“É uma doença que assusta. No estágio inicial, a cinomose pode ser confundida com outras doenças, às vezes o animal até pode mostrar uma melhora sem tratamento, mas depois a doença vem com todos os outros estágios. Se manter a vacina em dia com supervisão do veterinário, não tem erro.”
ANA MARIA DE CAMPOS
Médica veterinária