Formado em odontologia, o venâncio-airense Maiquel Luís Santos é o novo chefe regional do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Na instituição desde 2008, quando ingressou via concurso público, se especializou ao longo dos últimos seis anos e desde o dia 1º de novembro está na nova função. Entre os desafios está o de evitar a demora no atendimento dos locais de crime onde se faça necessário a presença de peritos. “Mesmo sendo responsável por 77 municípios, espero que isso nunca mais aconteça”, disse.

Foto: IGP / Divulgação FMSantos (centro), é responsável pelo atendimento a 77 municípios
Santos (centro), é responsável pelo atendimento a 77 municípios

Isso já foi comprovado no acidente registrado na manhã do dia 17 de novembro, na RSC-453, onde uma pessoa morreu após a colisão entre um táxi e um micro-ônibus. Menos de uma hora depois de serem acionados, os peritos já faziam os levantamentos no local. Antes, peritos do IGP de Porto Alegre faziam os levantamentos e normalmente demoram mais de três horas para chegarem nos locais dos crimes.

Santos menciona que podem acontecer imprevistos, quando forem registrados dois fatos ao mesmo tempo. “Nestas situações, avaliamos os casos, sempre dando preferência para crimes de trânsito, pois a intenção é sempre fazer os levantamentos para liberar a pista o mais rápido possível”, explica o venâncio-airense, que é perito criminal.

Ele revela que foram feitas algumas alterações no sistema de chamadas, agilizando ainda mais o tempo de resposta. “Antes era necessário fazer o registro na Delegacia de Polícia e passar por outras burocracias antes de fazer a comunicação ao IGP. Hoje a autoridade policial, assim que tomar conhecimento do fato, pode ligar diretamente para a equipe de plantão”, informa.

Santos revela que trabalha com uma equipe de seis peritos criminais e mais seis profissionais na equipe de apoio, que são motoristas, fotógrafos e técnicos de perícias. “As equipes sempre são formadas por, no mínimo, um motorista, um fotógrafo e um perito criminal, que vão aos locais para a coleta de provas, o que é fundamental para os esclarecimentos dos casos”, revela. São atendidos homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, explosões em agências bancárias e outros casos graves onde se faça necessário a presença de peritos.

Além deles, ainda há um perito que só realiza perícias agendadas. “São situações específicas, como uma perícia em um veículo, por exemplo”.

Com estes profissionais, o chefe regional do IGP mantém uma equipe de plantão, 24 horas por dia. Sua área territorial vai dos municípios de Ibirapuitã até Encruzilhada e de Tabaí até Candelária. As necropsias, que hoje são realizadas em Santa Cruz do Sul e Cachoeira, seguirão desta maneira, até que um médico perito seja contratado para atuar no IGP regional.

ESPECIALIZAÇÃODepois de atuar no Departamento de Criminalística de Porto Alegre, Santos se especializou nas áreas de balística forense, perícias de áudio e imagens, plantão de local de crime e por último na seção especializada em acidentes de trânsito. “Já visava o treinamento para atuar no posto regional de Santa Cruz do Sul”, revela.

Casado e pai de um filho, voltou a morar em Venâncio após assumir o IGP, que está sediado no quinto andar do prédio onde funciona o Centro Integrado de Segurança e Cidadania, no bairro Arroio Grande.

SAIBA MAIS

Quando o IPG é acionado?Sempre que houver casos de morte em que foram deixados vestígios, onde há suspeitas, sejam homicídios dolosos ou acidentes de trânsito. Explosões em agências bancárias também são atendidas.

Quem aciona o IGP?A perícia é acionada única e exclusivamente pela autoridade policial, depois que o local esteja isolado. Ela faz isso após tomar conhecimento dos fatos e entra em contato via telefone com a equipe de plantão. Não é mais necessário o protocolo de registrar o fato para depois acionar a perícia, agilizando o atendimento.

O que faz especificamente um perito?O perito busca provas que vão auxiliar os agentes da Polícia Civil no inquérito policial. São provas marcas de calçados, sangue, impressões digitais, cápsulas de armas, fios de cabelo, marcas de pneus, etc.