A história de Camilly Beatriz Marques, 12 anos, com a música começou antes mesmo do nascimento. Segundo a família, enquanto ela estava na barriga da mãe Nair Terezinha Marques, e ouvia sons de canções, sempre se agitava. Depois disso, a ‘relação’ que iniciou durante a gestação só aumentou. Aos 4 anos e meio ela começou a ter interesse pela gaita, algo que chamou a atenção do pai, Elemar Gouvea Marques, que é professor de música há cerca de 20 anos.
“Passamos em frente a uma loja em Venâncio e ela queria que eu comprasse uma gaita de brinquedo que estava na vitrine. Depois de uns quatro meses desse dia, nós resolvemos comprar o instrumento para ela”, recorda Marques. De acordo com os pais, quando a menina chegou em casa da creche ficou encantada com o presente. “Ela até dormiu com a gaita”, comenta o casal, morador de Mato Leitão.
A partir daí, a irmã caçula da Daiana Inês Marques, começou a traçar um novo caminho com a música. A partir do quarto dia com o presente, o pai iniciou a passagem de ensinamentos para que ela aprendesse a tocar o instrumento. A primeira apresentação da menina foi aos 5 anos, no Encontro de Gaiteiros realizado na comunidade Nossa Senhora Aparecida, em Linha Travessa, interior de Venâncio Aires.
Mesmo ainda criança, a adolescente tinha uma rotina de ensaios e disciplina para estudar música e o tempo dedicado a essa tarefa foi aumentando conforme os anos passaram. Atualmente, Camilly ensaia quase cinco horas diárias. Há cerca de um ano ela também pratica aulas de técnica vocal, em Lajeado. Além do pai, seu professor há cerca de sete anos, ela tem aulas de gaita com o professor Jonata Theisen, integrante da banda Sétimo Sentido.
TRAJETÓRIA
Apesar de ainda ser jovem, Camilly já teve diversas experiências com a música. Por esse motivo, coleciona certificados e troféus de diferentes premiações, conquistados em festivais e apresentações promovidos em cidades do Vale do Rio Pardo e do Taquari e em municípios de outras regiões do estado. Além disso, a adolescente tem três clips gravados, mais de 160 músicas decoradas (ela não usa pastas com as letras nas apresentações) e ainda composições próprias.
Estudante do 7º ano do Colégio Estadual Poncho Verde, Camilly relata que a música, além de ser um hobby, é algo que ela ama fazer. “Quero levar para a minha vida toda. Desejo estudar música para ser professora nas universidades”, compartilha. A adolescente ainda conta que futuramente também tem vontade de cursar Medicina Veterinária. A escolha está relacionada ao fato de ela gostar muito de bichos, tanto que tem um gato e um cavalo – para qual ela já compôs uma canção.
Segundo Nair, a filha é muito dedicada e madura. Adora ler livros, em especial gibis, tanto que pediu para o pai criar uma biblioteca, que já está ‘ganhando vida’ na casa da família. “Ela adora andar de bicicleta e a cavalo. Brinca com bonecas e também é uma boa aluna”, ressalta a mãe. O pai observa que sempre incentivou Camilly a buscar um diferencial junto à música. “Dom ela tem e sempre buscamos trabalhar ele”, ressalta. Os pais também salientam que sempre buscaram incentivar as escolhas e decisões da menina.
SAIBA MAIS
- Em dezembro do ano passado, Camilly fez uma apresentação durante a 3ª Festa das Orquídeas. Além disso, durante o evento, a adolescente ainda fez participação no show do grupo os Mateadores. Sempre que são realizados eventos culturais em Mato Leitão, ela busca participar.
- No mês passado ela também conquistou 2º lugar no 41º Festival Mais Bela Voz de Venâncio Aires, interpretando a música Velha roupa colorida. A menina também já se apresentou com Thomas Machado em show realizado por ele, em Venâncio.
- A adolescente já teve participações em programas como o Moda Boa, da TV Sul Catarinense, e Encontro com Os Serranos, apresentado por Edson Dutra, um dos fundadores e diretor do conjunto musical Os Serranos.
- A menina participa com frequência do Encontro de Gaiteiros que ocorre em Almirante Tamandaré do Sul, na região Norte do estado. O evento é considerado um dos maiores do gênero no Brasil e reúne mais de 600 músicos.
- Ao longo da trajetória com a música, a adolescente já teve sete gaitas. “É praticamente uma por ano e sempre um instrumento com mais recursos”, observa o pai.
- Além da gaita, Camilly aprendeu recentemente a tocar o ukulele. Ela ganhou o instrumento de cordas dos pais, no último Natal e já aprendeu, sozinha, a tocar algumas músicas.