Com apenas 9 anos, Davi Luis Pilz já enfrentou grandes corridas. Piloto de Velocross desde os 6 anos, o aluno do 4º ano do Colégio Estadual de Ensino Médio Poncho Verde segue os passos do pai, Ivan Luis Pilz, 40 anos, que tem a corrida como hobby.
Na casa dos Pilz, toda família é envolvida com o esporte. Os fins de semana costumam ser de ‘acampamento’ nos campeonatos e de muita torcida. A mãe de Davi, Júlia Graziela Knecht Pilz, 36 anos, lembra que, mesmo durante a gravidez, ela acompanhava o marido nas corridas. “Brinco que o Davi nasceu nesse mundo”, diz.
Quando o menino tinha 4 anos, pediu de Natal uma moto para correr. “Compramos uma moto elétrica. No início, ele teve um pouco de medo, mas logo passou. Depois ele quis uma moto com mais velocidade, daí ganhou outra”, conta Júlia.
Único mato-leitoense que corre na categoria infantil, Davi relembra que, em 2017, participou da primeira prova de Velocross. “Na primeira vez fiquei em 4º lugar e foi legal”, destaca o garoto. A primeira grande vitória dele foi no Campeonato Gaúcho de 2018. “São várias etapas pelo estado e eu fui campeão na minha categoria.”
Neste ano, o Campeonato Gaúcho é novamente a prioridade, a primeira etapa ocorre em Nova Alvorada, junto com o campeonato Copa Norte em maio. O guri, que treina uma vez na semana, com um professor venâncio-airense, ainda pratica outros esportes como futsal e natação.
INCINDENTE
No ano passado, o piloto mirim queria buscar novamente o primeiro lugar no Gaúcho, porém, na segunda etapa, que aconteceu em Lajeado, ele caiu e sofreu fratura no fêmur da perna direita. “Só o gesso não iria funcionar para juntar meus ossos, daí tive que colocar ferro e fazer cirurgias”, explica ele, que ficou três meses com o ferro na perna e quatro meses fazendo fisioterapia para se recuperar.
Conforme relatos da mãe, antes mesmo de chegar ao hospital, Davi estava preocupado com a moto. “Ele perguntava se a moto estava estragada ou se íamos vendê-la.”
Já na terceira etapa, mesmo com os ferros na perna, o guri foi em uma cadeira de rodas acompanhar o campeonato. “Fiquei o tempo todo assistindo, meu pai correu e ganhou.
Quando ele parou de correr, veio me abraçar e todos aplaudiram”, diz Davi.
Mesmo sabendo que ele não iria correr, a família sempre levava a moto pequena junto nas competições. “Sabíamos que alguém poderia precisar e em dois casos ele a emprestou”, coloca Júlia. “Nos campeonatos construímos um laço, assim como eles foram solidários comigo quando me machuquei, eu quis os ajudar também”, acrescenta o menino.
Para competir, ele usa um uniforme seguro, com joelheiras, roupas compridas e até botas. O acidente foi uma fatalidade e, durante esse período a família recebeu algumas críticas sobre ele fazer um esporte perigoso, mas os pais preferem lembrar das imensas mensagens de carinho e apoio. “A amizade tem que ser acima de tudo. Claro que competimos para ganhar, mas ressaltamos sempre para ele que precisa ser uma competição saudável, sem trapaças. Pois ali temos uma segunda família”, destaca a mãe.

“Eu gosto de correr e quero ter isso como minha profissão.”
DAVI PILZ
Piloto de Velocross
Conquistas
– Campeão Gaúcho de Velocross 2018
– Campeão Copa Summer de Velocross 2018
– Campeão Copa Pirelli de Velocross 2018
– 1º lugar da 1º etapa da Copa Norte de Velocross 2020
– 1º lugar da 2º etapa da Copa Norte de Velocross 2020