Por Maria Ilda Carvalho Martin – Aposentada e admiradora de Joangelo Martin
Eu conhecia o Joangelo Martin desde criança, e ele sempre foi uma pessoa muito boa, muito querida, respeitosa e não fazia mal a ninguém. Pelo contrário ele só fazia o bem. Sempre atencioso, nunca negou favor a alguém. Um dia desses, chegaram na minha casa à noite e me disseram que tinham matado o Jô, como era popularmente conhecido. Eu fiquei sem chão, não conseguia acreditar em tamanha barbárie.
No dia seguinte, logo cedo fui até o Salão Paroquial, onde ele realizava seus eventos e onde foi assassinado com um tiro. Quando vi o sangue no chão e nas paredes, quase desmaiei, e uma sensação de profunda tristeza tomou conta de mim. Me perguntei por que um ser humano tão iluminado teve que partir de forma tão repentina e dramática.
Então fui no velório do Jô, que teve que ser realizado no ginásio de esportes Ernani Weber, porque não caberia tanta gente no necrotério. Era uma multidão como eu jamais havia visto. Quando cheguei próximo ao caixão, falei alto para quem quisesse ouvir: metade do passo do Sobrado morreu junto com o Joangelo. Disse aquilo porque ele se envolvia em muitas coisas que traziam alegria ao povo e que promoviam solidariedade.
Ver a comoção daquele momento foi algo inesquecivel pra mim. Nunca vou esquecer daquele momento e do querido Jô. Sempre que vou ao cemitério vou ao túmulo dele e fico horas lamentando e relembrando. Parece até que um familiar meu morreu. Hoje vejo que os jovens de Passo do Sobrado não têm mais festas para se divertir, pois eventos como ele fazia, ninguém conseguirá repetir. Era mais do que um promotor de eventos, era o promotor da alegria.
Agora fico com minha dor e minha saudade do querido Joangelo Martin, e só peço que Deus o tenha em um lugar muito especial, pois ele merece.
*Matéria integrante do caderno especial do aniversário de Passo do Sobrado, no qual pessoas da comunidade enviaram suas histórias para a Folha do Mate.