A expectativa de vida das pessoas aumentou se comparada a anos atrás. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de vida de um cidadão brasileiro é de 75,2 anos. Contudo, as unidades de saúde percebem que as pessoas estão cada vez mais doentes. Quais seriam os fatores responsáveis por isso ocorrer?
Segundo o administrador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venâncio Aires, Rodrigo da Silva, as pessoas ficam mais doentes devido às ansiedades, cobranças no meio profissional, bem como, dificuldades financeiras. Na opinião de Silva, as pessoas vivem em um mundo muito imediatista e desejam muita coisa ‘para ontem’.
Essa decaída na saúde da população também pode ser percebida em função de um acréscimo na quantidade de atendimentos feitos na UPA. Para se ter uma ideia, estima-se que de janeiro até o fim deste mês, ocorra um aumento de 35% no número de atendimentos. Silva explica que 88% das consultas feitas no local são consultas eletivas, pouco urgentes. Apenas 12% são de urgência e emergência.
O administrador ressalta que, devido às correrias do dia a dia, as pessoas se alimentam cada vez pior e preferem logo ingerir medicamentos diante de algum mal-estar, o que também faz aumentar a procura pelos serviços médicos por qualquer razão. Contudo, quando ocorre um excesso de consultas desnecessárias, isso faz com que as pessoas que de fato precisam do atendimento imediato não o consigam.
Para a psicóloga e gerente assistencial do Hospital São Sebastião Mártir, Susan Artus Dettenborn, existem diversas variáveis que podem influenciar na saúde das pessoas. Uma das situações a serem consideradas é a mudança constante do clima nos últimos anos. O clima do momento favorece para que ocorra algum tipo de doença respiratória, assim como, no intestino. Ou seja, as pessoas ficam mais enfraquecidas e desidratadas, porque o calor influencia na alimentação. “O que faz existir fundamento real para que as pessoas estejam mais doentes”, comenta.
Vale considerar que, algumas doenças, acabam por ser psicossomáticas. às vezes, a pessoa está nervosa, angustiada com alguma coisa e não consegue verbalizar isso, o que faz ela transpor o sentimento para o corpo, que acaba por sofrer algum mal-estar.
A correria diária também faz com que algumas pessoas não consigam parar para pensar o que precisam fazer, pois a maioria delas faz tudo ‘no automático’. Susan acredita que as pessoas não estabelecem prioridades e fazem tudo no desespero de quererem dar conta.
Em meio a essa ânsia de dar conta de tudo, as pessoas se sobrecarregam. A sobrecarga gera cansaço, e este pode levar a um esgotamento que, de certo modo, é capaz de gerar alguma doença.
Jornada de sonoSegundo ela, no hospital, as pessoas apresentam os mais variados tipos de doenças. Há casos de viroses, resfriados, gripes, pessoas enfraquecidas devido à má alimentação, entre outras situações. Além do mais, Susan conta que o sono também afeta muito na qualidade de vida. O normal é cada pessoa precisar de sete a oito horas de sono para conseguir descansar. Contudo, nos dias de hoje, as pessoas dormem cada vez menos.
O excesso de ocupação faz algumas pessoas não conseguirem cumprir a jornada de sono e, no dia seguinte, a irritabilidade é muito maior, a falta de paciência torna-se muito evidente e isso gera uma intolerância. Esta pode ocasionar uma desavença em outros espaços, que pode virar uma bola de neve. “Eu percebo que as pessoas estão dormindo muito pouco e o pouco que dormem é um sono agitado. Parece que elas acordam mais cansadas ainda”, observa. Conforme ela, isso ocorre, porque estão acostumadas a viverem na correria e, quando deitam, o cérebro ainda entende que se está em um ritmo rápido. Deste modo, torna-se necessária uma diminuição no ritmo para que de fato o sono seja tranquilo.
Como evitar doenças?
O administrador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venâncio Aires, Rodrigo da Silva, acredita que, para não ficarem dontes com frequência, as pessoas necessitam mudar o estilo de vida, o que inclui manter uma boa alimentação, fazer atividades físicas, sentir-se bem no ambiente profissional, bem como, controlar o estresse.
A opinião da psicóloga e gerente assistencial do Hospital São Sebastião Mártir, Susan Artus Dettenborn, não é muito diferente. Para ela, além de se ter uma boa alimentação, para evitar alguma doença, é necessário tomar muita água, dormir o suficiente, ter descanso e lazer, tentar fazer atividades ou programações com a família que desligue da tensão do trabalho. As coisas que deixam as pessoas muito tensas durante o dia, são as que precisam ser deixadas de lado, para que as pessoas consigam se restabelecer.