O calor registrado nos últimos dias tem surpreendido a população em geral. Pelas ruas, é possível ver as pessoas vestindo roupas leves e curtas, típicas de verão. Mas e o comércio que havia se preparado para o inverno, com prateleiras cheias de roupas quentinhas e calçados fechados?
O que restou à maioria dos lojistas da Capital do Chimarrão foi antecipar as liquidações de inverno, que tradicionalmente iniciam em meados de agosto, para não entupir os estoques.
De acordo com a gerente de uma loja do centro da cidade, Aline Quanz, o calor fez com que “Em agosto do ano passado já fizemos promoções, mas elas não eram tão agressivas, os descontos eram maiores e conforme as vendas íamos aumentando, mas desta vez foi diferente, fizemos descontos gigantes logo de cara.” Ela ainda explica que a loja teve que ser dividida entre o espaço com promoções e as roupas sem descontos, para não acumular tudo num espaço só.
Mas Aline ainda explica que, nem com os preços baixos os clientes aparecem. “No sábado, por exemplo, não vendemos nenhuma peça de inverno, mesmo sendo Dia dos Pais. Temos vendo para ter exposto, pois vender, não vende mais nada. O jeito vai ser recolher e guardar para o ano que vem quando no fim do verão é feita uma promoção especial para vender o que sobrou desse inverno.”
A vice-presidente de Comércio da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Amanda Kothe, explica que em julho houve uma queda significativa nas vendas. “Venâncio não é uma exceção realmente houve uma redução nas vendas. Em julho tivemos uma redução de 15% nas consultas.”
Para Amanda, as liquidações são normais nessa época. “é natural nesse período, pois os lojistas já estão se preparando com novas coleções. As liquidações estão começando mais cedo.”
Enquanto isso, tem quem comemore
Enquanto os lojistas precisam se readequar as temperaturas, com o empresário do ramo de sorvetes não é diferente. Ernani Sehnem, conta que teve que alterar o horário de funcionamento da sorveteria nas últimas semanas. “No verão é normal fecharmos por volta das 23 horas, já no inverno costumamos atender até às 19h, mas nestes últimos dias não fechamos antes das 23h. No sábado, por exemplo, tivemos muito movimento, com muita fila o tempo todo, até eu que estava de folga tive que vir trabalhar”, brinca.” Segundo ele, que trabalha no ramo há cerca de 30 anos, a venda quadruplicou, se comparado a mesma época do ano passado. “Não temos mais um inverno parelho, temos altos e baixos.”
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