Depois de dois encontros individuais com o setor industrial – o primeiro ocorreu em dezembro de 2013, e o segundo, no mês passado –, e das negociações promovidas durante esta semana, que mais uma vez terminaram sem sucesso, as lideranças das entidades dos produtores decidiram encerrar o processo, sem a assinatura de protocolo.
Com isso, a tabela de preços mínimos deve contemplar os 6% de reajuste impostos pelas empresas. Na variedade virgínia, o quilo da classe BO1, a mais valorizada, vale R$ 9,22. No caso da variedade burley, o preço da classe B1 fica estipulado em R$ 8,11. Para a empresa JTI, que trabalha com tabela diferenciada, os valores não se aplicam.
A postura das indústrias de não rever o índice de 6%, segundo a Comissão de Negociação das Entidades, causa estranheza. Na prática, o preço médio pago ao produtor está acima dos 10% reivindicados pelas entidades, frisa em nota a comissão representativa. A afirmativa tem como base a pesquisa semanal que a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) realiza com os fumicultores que já venderam parte da produção. As notas fiscais mostram que as empresas estão pagando, em média, R$ 8,47 pelo quilo da variedade virgínia. No comparativo com o preço médio praticado na safra passada, apurado em R$ 7,51, o valor é 12,8% superior.
Diante do quadro, a comissão sugere aos produtores que retenham o produto em suas propriedades e somente procedam a venda quando o orientador assegure a compra dentro das classes definidas pelo próprio fumicultor. Caso a empresa não aceite, o produtor deve procurar outro negócio que lhe proporcione melhores resultados financeiros, finaliza a comissão representativa.