Em 1994, um grupo de pessoas se reuniu para lutar pela emancipação dos distritos de Vila Mellos e Monte Alegre, que pertenciam a General Câmara. Pelas dificuldades da comunidade em obter melhorias na estrutura do local, muito em função da distância, foi criada a comissão emancipacionista.
O advogado e hoje assessor jurídico da Câmara de Vereadores de Vale Verde, Bruno Seibert, foi o presidente da comissão. Foi ele quem montou os processos necessários para a aprovação da emancipação na Assembleia Legislativa do Estado. Dentre os requisitos para conseguir a emancipação, estavam ter, pelo menos, 1,8 mil eleitores e obter as condições necessárias de subsistir, por si próprio, com um apanhado de comércios, indústrias, posto de saúde, instituições bancárias, escolas, igrejas, Brigada Militar, entre outros.
No dia 27 de abril de 1995, foi requerida a autorização para a realização do plebiscito de emancipação dos distritos de Vila Mellos e Monte Alegre, que passaria a se chamar Vale Verde. A votação ocorreu em 22 de outubro do mesmo ano. Com 1.365 votos, a aprovação prevaleceu, o que representou 70% dos eleitores votantes na época.
No dia 28 de dezembro de 1995, através da Lei 10.657, foi instalado oficialmente o município de Vale Verde, com uma área total de 333,33 quilômetros quadrados. A população aproximada, na época, era de três mil habitantes. A primeira eleição para prefeito ocorrida em Vale Verde foi no dia 1º de outubro de 1996, quando foi eleito Hugo Froemming, tendo como vice-prefeito Juarez Castagnino Dora.
Comissão emancipacionista
Presidente: Bruno Seibert
Vice-presidente: Juarez Castanino Dora
Secretário: Sérgio Célio Klamt
2º secretário: Arlindo Toillier
Tesoureiro: Paulo Renato Meurer
2º tesoureiro: Roberto Froemming
Conselho fiscal: Hardwino Schuch, Clécio Francisco Severo Hertz; Eloir Storch; Waldemar Toillier e Carlos Augusto Freitas de Quadros
Suplentes: Enemar Dick; Walter Seno Mayer; Urbano Schulz; Hugo Froemming e Odélio Kist
Três tentativas de emancipação
Entre os fatos abordados no livro ‘Vale Verde: 267 anos de história e 25 anos de emancipação’ estão três tentativas de se tornar município.
A questão chama atenção pois, de modo geral, se conhecia a luta pela emancipação em 1992 – ano em que o vizinho Passo do Sobrado se tornou município, assim como Mato Leitão -, e a de 1995, quando Vale Verde se emancipou efetivamente.
No entanto, durante a pesquisa para o livro, os autores Cláudio Froemming, Guilherme Ubatuba e Josinei Ricardo de Azeredo descobriram que, em 1961, houve uma tentativa de emancipação conjunta com Passo do Sobrado.
Na época, Passo do Sobrado era distrito de Rio Pardo e Vale Verde de General Câmara. As duas localidades viviam as mesmas dificuldades: estavam longe das sedes, tinham dificuldade de acesso e carência de atendimentos. “Se tivesse dado certo a tentativa de 1961, os dois poderiam ter formado um único município, que seria uma potência”, observa Ubatuba.