Grama cortada, flores plantadas, pátio organizado, escola acolhedora. Quem passa e vê não faz ideia de quantas mãos auxiliam para manter a Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Léo João Frölich, em Linha 17 de Junho. É época de férias somente para os cadernos, pois a comunidade escolar está engajada, reunindo-se em mutirões para ajudar na manutenção básica da instituição de ensino.Desde o início do ano, estão sendo realizadas limpezas no pátio e prédio, pintura de quatro salas, reforma na estrutura e ampliação do refeitório – obra sonhada por pais, alunos e professores. Segundo a diretora Maria Cristina Pozzebon Lenhardt, a mão de obra é dos pais. “Eles têm a lavoura, mas quando podem estão aqui ajudando, e nós precisamos nos adequar à disponibilidade deles. Queremos a escola limpa, organizada e bonita para acolher nossos alunos no dia 22 de fevereiro.”

Foto: Divulgação / Folha do MatePais de alunos e moradores da comunidade realizam limpeza e obras na instituição, durante as férias
Pais de alunos e moradores da comunidade realizam limpeza e obras na instituição, durante as férias

A diretora conta que as obras são custeadas pelo Governo do Estado e pelas promoções da escola, como rifas, galinhadas e festas alusivas, além do dinheiro do Círculo de Pais e Mestres (CPM). Cláudia Raasch, 49 anos, é uma amiga da escola. Ela atuou durante três anos como funcionária responsável pela limpeza. Dois dos seus três filhos estudaram na Léo Frölich e, hoje, ela retribui o carinho encontrado ali.Cláudia tem habilidade no artesanato e, com isso, ajuda nas promoções e decorações da instituição. “Precisamos cuidar da escola como cuidamos da nossa casa. É importante mostrar um ambiente confortável, acolhedor, para o aluno se sentir bem. Acredito que o acompanhamento dos pais é importante para ver as necessidades da escola e ajudar”, argumenta.

VOLUNTARIADONas últimas semanas, membros da comunidade, CPM e pais de alunos estão realizando um mutirão para embelezar o ambiente. Presidente do CPM, Sérgio Halmenschlager, 53 anos, demonstra um enorme carinho pelo local. Ele, que já foi aluno em meados da década de 1970, hoje está formando o seu terceiro filho. “Minha mãe já ajudava a escola naquela época, sempre estávamos presentes. A escola aqui é muito importante para mim e minha família.”

Hoje, Serginho, como é conhecido na comunidade, ajuda a ampliar o refeitório que será utilizado pelo filho. Quando era aluno, ele e sua família já cultivavam o hábito de preservar a Escola Léo João Frölich. “Eu lembro de quando ajudei a construir a quadra de esportes, levamos terra, cimento, e depois a gente só queria jogar bola uns minutos. Naquela época, eu como aluno já ajudei muita coisa aqui”, relembra.Halmenschlager acredita que tudo começa na escola. “Eu sempre organizo os grupos para os trabalhos aqui na escola. Eu incentivo eles a ajudarem, daí quem pode deixar o serviço um pouco de lado sempre ajuda. Isso é um dever dos pais: saber o que a escola oferece e o que podemos ajudar.”

PARTICIPAÇÃOMaria Cristina assumiu a direção da escola em 2015 e destaca que, a cada ano, mais pais buscam ajudar. Para o ano letivo, aproximadamente 80 alunos estão matriculados. “Nosso primeiro grande objetivo é sempre manter esse grande espaço que a escola Léo oferece. Mas até o início das aulas pretendemos oferecer um novo local para nossos alunos lancharem. Durante o ano, já estamos projetando obras no quiosque. Precisamos reformar o espaço, mas essa obra não interfere no andamento das aulas.”

Foto: Rosana Wessling / Folha do MateDiretora Maria Cristina e o presidente do CPM Serginho destacam o sonho da reforma da quadra esportiva
Diretora Maria Cristina e o presidente do CPM Serginho destacam o sonho da reforma da quadra esportiva

REFORMA NA QUADRA

1 Pai e presidente do CPM, Serginho Halmenschlager comenta que toda a comunidade escolar luta por reformas na quadra esportiva da instituição, que tem cerca de 40 anos. Atualmente, os alunos estão impossibilitados de utilizar o espaço.

2 “Queremos uma quadra reformada com condições de ser utilizada pelos alunos, é uma luta. Nossos filhos até improvisaram um campinho, pois a quadra está impossibilitada, e assim eles se machucam.”

3 Halmenschlager cita a carência da localidade. “Nós não temos ginásio. Nossos filhos sempre precisam ser levados a comunidades vizinhas e a escola não tem quadra para eles praticarem o esporte. O futebol é muito adorado por eles. Eu acredito que o esporte também ensina, eles merecem uma atenção.”

4 Conforme a diretora Maria Cristina Pozzebon Lenhardt, a escola tem tentado verbas com o Governo para reconstrução do piso, recapagem e construção de cobertura, mas o valor ainda não foi conquistado.