

É a mais de 10 mil quilômetros de distância do Vale do Rio Pardo, maior região produtora de tabaco do Brasil e maior polo de beneficiamento de tabaco do mundo, que o futuro da cadeia produtiva estará em evidência em um debate global.
A 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 11 – sigla em inglês) começa na próxima segunda-feira, 17, e se estende até sábado, 22, em Genebra, na Suíça, reunindo representantes de mais de 180 países para discutir medidas globais de controle do tabaco, incluindo a discussão sobre impactos ambientais e estratégias contra o comércio ilícito.
Na semana seguinte, será dado início à 4ª Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco (MOP 4), que aprofunda a agenda voltada ao combate ao mercado ilegal, que hoje representa 11% do comércio global. Os eventos, promovidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devem reunir mais de 1,4 mil delegados credenciados.
O Brasil, considerado um protagonista nas COPs, participará com uma delegação oficial, nomeada pelo Governo Federal e que será liderada pelo embaixador Tovar da Silva Nunes, que é o representante Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais em Genebra.
Comitiva vai defender o setor na Suíça
As duas próximas semanas serão de intensa mobilização também fora das salas oficiais de negociação. A exemplo de edições anteriores, uma comitiva formada por mais de 30 pessoas, entre lideranças do setor produtivo e autoridades políticas municipais, estaduais e federais de regiões produtoras de tabaco, estará em Genebra para defender a relevância social e econômica da cadeia produtiva do tabaco e buscar diálogo com a delegação oficial, que é quem terá a missão de representar as propostas e metas brasileiras. O grupo (veja box) está mobilizado mesmo sem garantia de acesso ao evento.
Os representantes da Região do Vale do Rio Pardo estarão em maior peso. Entre as lideranças gaúchas estão dois secretários estaduais que irão representar o governador Eduardo Leite — Edivilson Brum e Vilson Covatti —, seis deputados estaduais e três deputados federais, Heitor Schuch (PSB), Marcelo Moraes (PL) e Afonso Hamm (PP).
Comitiva confirmada
- Entidades representativas
Éder Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria (Stifa)
Edimilson Alves, diretor-executivo da Abifumo
Gilson Becker, presidente da Amprotabaco e prefeito de Vera Cruz
Marco Antônio Dornelles, secretário da Afubra
Marcos Augusto Souza, diretor-executivo do Sinditabaco Bahia
Rangel Marcon, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Tabaco e Afins (Fentitabaco)
Romeu Schneider, vice-presidente da Afubra e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco - Representantes dos governos estaduais do RS e SC
Edivilson Brum, secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Vilson Covatti, secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Joel Maraschin, chefe de Gabinete da Seapi, Celles Regina de Matos, presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), e Romano Scapin, diretor-geral SDR - Deputados federais
Heitor Schuch (PSB/RS), Marcelo Moraes (PL/RS), Afonso Hamm (PP/RS), Rafael Pezenti (MSB/SC), Dilceu Sperafico (PP/PR), Zé Neto (PT/BA) e Zé Rocha (União Brasil/BA) - Deputados estaduais do RS
Airton Artus (PDT), Dimas Costa (PSD), Marcus Vinícius de Almeida (PP), Pedro Pereira (PSDB), Silvana Covatti (PP) e Zé Nunes (PT) - Prefeitos/secretários
Jarbas da Rosa, prefeito de Venâncio Aires, Ricardo Landim, secretário de Desenvolvimento Rural de Venâncio Aires, e Emerson Maas, prefeito de Mafra, Santa Catarina
Produção de tabaco no Brasil – 2024/25
O Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de produção de tabaco, atrás apenas da China, seguido por Índia, Zimbábue e Estados Unidos. A região Sul do Brasil é o principal polo produtor, concentrando os principais indicadores do setor:
- 525 municípios produtores
- 138 mil produtores rurais
- 44 mil empregos diretos nas indústrias de tabaco
- 533 mil pessoas envolvidas na cadeia produtiva no meio rural
- 310 mil hectares plantados
- 720 mil toneladas produzidas
- R$ 14,6 bilhões em receita para os produtores
- 447 mil toneladas exportadas (2024)
- R$ 18,8 bilhões em impostos arrecadados anualmente (2024)
- US$ 2,89 bilhões em divisas geradas com exportações (2024)
20 anos do tratado
- No primeiro dia da COP 11, na segunda-feira, 17, um evento celebrará os 20 anos da entrada em vigor da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. O Brasil foi um dos primeiros países a aderirem ao primeiro tratado internacional de saúde pública.
O encontro reunirá autoridades governamentais, representantes da sociedade civil e jovens defensores em um debate sobre o tema ‘Unindo gerações para um futuro livre do tabaco’. Durante a COP, os delegados também acompanharão o lançamento do Relatório Global de Progresso 2025 sobre a implementação da Convenção.
Linha do tempo
2006 – COP 1 (Genebra, Suíça)
2007 – COP 2 (Bangcoc, Tailândia)
2008 – COP 3 (Durban, África do Sul)
2010 – COP 4 (Punta del Este, Uruguai)
2012 – COP 5 (Seul, Coreia do Sul)
2014 – COP 6 (Moscou, Rússia)
2016 – COP 7 (Nova Délhi, Índia)
2018 – COP 8 (Genebra, Suíça)
2021 – COP 9 (virtual)
2024 – COP 10 (Cidade do Panamá, Panamá)
2025 – COP 11 (Genebra, Suíça)