Levantamento publicado sexta-feira pelo site G1, no Dia Internacional da Mulher, revela que houve um aumento de 8,4% no número de feminicídios no Brasil em 2018, em relação ao ano anterior. Foram 1.135 registros contra 1.047 de 2017. Em relação aos homicídios dolosos, o número caiu de 4.254 no ano passado, contra 4.558 em 2017.
O levantamento faz parte do ‘Monitor da Violência’, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os feminicídios são definidos como crimes de ódio motivados pela condição de gênero, ou seja, a mulher é morta por ser mulher.
Em Venâncio Aires, duas mulheres foram vítimas de feminicídios desde que a lei entrou em vigor, em março de 2015. A primeira delas foi morta pelo ex-companheiro, horas depois de ter sido agredida. Ela procurou atendimento médico e quando saia do Hospital São Sebastião Mártir, foi atacada e morta a tiros. O viga da casa de saúde, que saiu em sua defesa, foi ferido com um tiro. O autor do feminicídio foi preso em flagrante e condenado a mais de 28 anos de prisão. O segundo caso aconteceu em novembro do ano passado, no interior do município. Um homem matou a namorada a tiros e depois se suicidou.
MUITOS CASOSDados da Polícia Civil mostram que no mês passado, 36 mulheres solicitaram as medidas protetivas da Lei Maria da Penha na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Venâncio Aires. São vítimas de violência doméstica que decidiram levar às autoridades o seu sofrimento. Elas foram agredidas física e emocionalmente por maridos, companheiros e namorados. As ameaças de morte são as mais constantes.
O delegado Vinícius Lourenço de Assunção acredita que o número de vítimas é maior, já que muitas mulheres não denunciam seus agressões por medo ou dependência financeira. “O ciúme exagerado tem sido o grande causador de crimes mais graves.”
“A verdade é que ainda temos muitos homens que consideram a mulher como um objeto de sua propriedade. Muitos não aceitam o fim da relação e não permitem que a mulher possua outros relacionamentos, promovendo ameaças, perturbações, lesões e até feminicídios. O ciúme exagerado tem sido o grande causador de crimes mais graves. De igual sorte, a dependência de álcool e drogas têm grande participação nos altos índices de violência contra a mulher.
Vinícius Lourenço de AssunçãoDelegado de Polícia