Em uma região como o Vale do Rio Pardo, que registra um grande número de empresas multinacionais ou que trabalham com importação e exportação, é comum presenciar a necessidade do domínio de um segundo idioma, geralmente o inglês ou espanhol. É esse conhecimento que, muitas vezes, é o passaporte que falta para uma promoção ou uma experiência de trabalho internacional.
A demanda é sentida também nas escolas de línguas. Diretora da Escola Idioma, Rita Kunkel comenta que além do setor tabacaleiro, que necessita de profissionais habilitados para falar o inglês, o segmento metal-mecânico, com grande número de negócios na América Latina, também busca o conhecimento em espanhol.
Apesar da crescente exigência por qualificação, o Brasil ainda possui apenas 3% de pessoas fluentes em inglês, segundo pesquisa realizada pelo Catho, site de busca de empregos. Conforme a professora do idioma, Josiele Baron, uma das possíveis explicações para esse dado é a falta de continuidade nos estudos. “Muitos estudantes iniciam o curso para ter uma diferença no currículo, mas estudam até o nível básico ou intermediário, e acham que é o suficiente”, destaca. No momento de participar de uma entrevista de emprego, no entanto, são reprovados por dificuldade em articular um pensamento mais complexo e demonstrar todo o seu potencial.
Para aqueles que decidem investir no aprendizado na fase adulta, Rita comenta que a maior dificuldade costuma ser a habilidade de falar. Diferente das crianças, o adulto aprendeu as regras e por isso, tem medo de falar errado ou não ser compreendido. “Nesse caso, o detalhe é comunicar-se. Só treinando para conseguir se soltar”, orienta.
Os profissionais que ainda não investiram em um segundo idioma, no entanto, ainda estão em tempo de iniciar os estudos. As professoras explicam que o primeiro passo é a força de vontade para aprender. Depois, a dedicação para retomar em casa os conteúdos vistos em sala de aula. “O que eu costumo dizer para os alunos é que, além dos exercícios do livro que ficam como tema, 15 minutos por dia é um tempo bacana, que não vai cansar, mas vai te deixar à vontade com a língua”, comenta Josiele. “Além disso, escutar música, e assistir séries e filmes, é um plus para o aprendizado”, complementa Rita.
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