No ano da fundação d’Os Noventinhas, integrantes do bloquinho no caminhão que, na época, era utilizado para ir aos bailinhos
No ano da fundação d’Os Noventinhas, integrantes do bloquinho no caminhão que, na época, era utilizado para ir aos bailinhos

Um dos destaques da comunidade de Linha Marechal Floriano é a participação ativa em atividades culturais. Uma delas é o Carnaval, que, por meio dos blocos, promove a alegria e diversão na comunidade.

A localidade também tem representação por meio de um grupo de danças alemãs, que leva a cultura para diferentes municípios do estado.

A Festa da Colheita, realizada todos os anos pela Comunidade Evangélica, é outra atração consolidada, com o tradicional leilão de produtos doados pelos moradores.

Os Noventinhas

Desde 1985, a localidade conta com bloco de carnaval infantil, no início chamado de Beija-flor. Em 1995, foi criado Os Noventinhas, para seguir o bloco adulto Geração 90, fundado em 1990. O primeiro responsável foi Décio Roesler, até 1998. Depois disso, Eloá Bartholdy e Jairo Bencke assumiram a organização.

Giovana e Jairo Bencke estão no comando desde 2000. “Seguimos com muita perseverança e a mesma motivação do início. A gente nota no rosto das crianças o quanto elas gostam destes bailinhos. Fazem novas amizades de outras localidades, ganham segurança, perdem a vergonha e se tornam crianças e adolescentes mais extrovertidos”, declara Giovana.

Ela ressalta que as crianças se conhecem no Carnaval e muitos se tornam amigos para a vida toda. “Este movimento cultural faz parte da formação de caráter destes pequenos. Eles amam ser Noventinhas, torcem com toda a força, vibram e se divertem muito”, comenta.

Devido aos laços criados ainda na infância, muitos migram para o bloco adulto depois dos 12 anos. “Temos muitas candidatas do Carnaval infantil que também foram candidatas no adulto. É uma tradição muito bonita”, ressalta.

A coordenadora afirma que os meses de janeiro e fevereiro costumam ser intensos e o grupo participa de folias quase todo domingo. Atualmente, são cerca de 50 integrantes. “Muitos deles são filhos de integrantes da geração passada, alguns moram fora e retornam para visitar a família em Marechal nesta época para trazer seus filhos para se divertir no Carnaval”, comenta.

“A nossa luta é não permitir que esta tradição termine. Estamos sempre relembrando todos sobre a importância do bloco para nossa comunidade, para as crianças, as famílias e o município.”

GIOVANA BENCKE – Coordenadora do bloco Os Noventinhas

De mãe para filho

A advogada e empresária Patrícia Inês Metz, 35 anos, começou a fazer parte d’Os Noventinhas aos 7 anos, a convite do padrasto Décio Roesler. Mesmo residindo em Santa Cruz do Sul, frequentava e esperava com ansiedade pelas festas. Em 1999, com 11 anos, foi candidata do bloco. “Um dia inesquecível para mim e minha família. Conquistei a faixa de rainha, tenho memórias muito lindas e felizes destes momentos”, conta.
Ela acompanhou as mudanças de gerações no bloco e, em 2016, o filho Joaquim passou a integrar o grupo, com apenas três meses de vida. “Assim como eu, quero que ele se divirta e aproveite o que esta linda festa nos proporciona, criando memórias cheia de diversão e carinho”, reforça.

Conquistas

• Em 2020, Os Noventinhas participaram do Carnaval Municipal Infantil, realizado pela primeira vez. Na oportunidade, Ana Luiza Parckert conquistou o título de segunda princesa.

• A atual rainha do Carnaval Infantil do Interior 2022 é a integrante do Os Noventinhas, Valentina Bencke.

Geração 90

Após anos de existência do Beija-flor, no ano de 1990 ‘nasceu’, em Linha Marechal Floriano, o bloco Geração 90, na época, com 130 integrantes. A intenção era criar uma nova opção para os jovens que buscavam entretenimento no interior. Os fundadores foram Arthur Parcker, Décio Roesler e Eliana Haas, no antigo Salão Stamm.

O presidente do bloco, Luciano André Hochscheidt, ressalta que o bloco segue ativo com menos integrantes, mas um grupo de amigos que se reúne para confraternizar. O bloco participa da Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva). “Temos tradição muito forte em termos de representações, é um grupo presente nos bailes de escolha das rainhas da festa”, observa.

Segundo Hochscheidt, a principal característica do bloco é a união e vontade de manter a tradição que, por muitos anos, lota as dependências do salão da comunidade. “Temos muitos momentos marcantes. Bailes lotados, encontros de amigos, amizades e todas as conversas de amigos. Tivemos três rainhas e muitas princesas durante esses anos”, salienta.

Com a impossibilidade de realizar os bailes devido à pandemia, Hochscheidt diz que a retomada foi difícil, com o público limitado e utilização de máscaras. Além disso, houve uma redução significativa no número de integrantes no grupo. “Será um trabalho gradativo recuperar o retorno dos integrantes, mas, com certeza, vamos conseguir pois o povo de Venâncio e região é bastante festeiro”, complementa.

Retomada dos bailes precisou ser feita com utilização de máscaras neste ano

Grüner Jäger Volkstanzgruppe

Desde 2008, a cultura alemã é evidenciada com a atuação do Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Infantojuvenil Grüner Jäger Volkstanzgruppe, que realiza eventos e participa de festivais em todo o Rio Grande do Sul. Sob a coordenação da professora Elisabeta Felten, a formação do grupo iniciou na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Catarina – hoje desativada.

Inicialmente, as crianças se apresentavam com um traje folclórico cedido por grupos de escolas desativadas e pelo Grupo de Danças Alemãs Die Schwalben. “Devido ao sucesso obtido e diversas apresentações realizadas em eventos municipais maiores, foi realizado um festival regional de danças alemãs infantis em setembro de 2013”, ressalta. A fundação oficial do grupo foi em abril de 2014, com a homenagem ao primeiro nome da localidade, que significa ‘Caçador Verde’.

Atualmente, são 25 integrantes, de 2 a 14 anos. A entidade é vinculada à ACG de Gramado e à Regional Vale do Rio Pardo, com a Sede no 25 de Julho, junto ao Parque da Oktober, em Santa Cruz do Sul.

Uma das principais conquistas do grupo foi a aquisição de um traje próprio, viabilizado com recursos da Lei Aldir Blanc. “Na trajetória de evolução do grupo, há valorização e conhecimento da cultura em si, da alemã e respeitando e valorizando integrantes de outras origens que participam de nosso grupo, bem como a inclusão social”, destaca a professora Elisabeta.

Grupo Grüner Jäger Volkstanzgruppe tem 25 integrantes

Entidades

• Associação Esportiva e Recreativa Primavera – 122 anos

• Associação de Damas Odelia – 109 anos

• Associação Esportiva Triflor – 87 anos

• Associação Esportiva Floriano – 69 anos

• Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase) – 50 anos

• Associação Clube de Mães Unidas da Família – 32 anos

• Associação Esportiva River Plate – 12 anos

• Associação de Carnaval Adulto Geração 90 (Beija Flor) – 32 anos

• Associação de Carnaval Infantil Os Noventinhas (Beija Flor) – 27 anos

• Comunidade Católica São João Batista

• Comunidade Evangélica Luterana