Sandra possui um acervo de aproximadamente 1,2 mil livros de literatura na biblioteca que possui em casa, no bairro Cidade Alta. (foto: taiane Kussler/Folha do Mate)
Sandra possui um acervo de aproximadamente 1,2 mil livros de literatura na biblioteca que possui em casa, no bairro Cidade Alta. (foto: taiane Kussler/Folha do Mate)

Seja no intervalo dos atendimentos médicos, no conforto de casa ou durante as viagens em família, os livros de literatura sempre integram a rotina da infectologista Sandra Inês Knudsen. Para ela, a leitura é um meio de esquecer um pouco as coisas e relaxar, já que o dia a dia já é tão pesado. “É quase um vício, estou sempre carregando um livro”, destaca.

Mesmo que esteja sempre com uma agenda lotada de compromissos, a médica que atua diretamente na linha de frente do combate à Covid-19 em Venâncio Aires, sempre encontra um tempo para ler. Não é por acaso que ela possui uma biblioteca com mais de 1,2 mil livros de literatura, na casa onde mora, no bairro Cidade Alta.

A paixão pela leitura surgiu desde a infância. Contudo, ela recorda que na época, tanto os livros de literatura quanto os técnicos eram muito caros para serem adquiridos. No período da graduação em Medicina, Sandra costumava comprar os livros usados dos ‘veteranos’ para estudar. “Hoje, mudou muito a forma de estudar tecnicamente. Costumo ler artigos via on-line e intercalo os meus estudos com livros de literatura”, comenta.

Apesar da dificuldade de acesso, ela encontrou um outro meio para fazer aquilo que gostava, depois que começou a retirar os livros gratuitamente, na Biblioteca Pública Municipal Caá Yari, de Venâncio Aires. Durante o período da faculdade era mais complicado manter o hábito da leitura mas, assim que a rotina ficou mais equilibrada, a infectologia voltou a colocar a ‘leitura em dia’ e desenvolveu a paixão extrema pelos livros. “É mais fácil me encontrar em uma livraria do que nas lojas ou no shopping”, conta, sorrindo.

Da literatura brasileira à contemporânea, ela costuma buscar referências em autores consagrados que já receberam premiações na área, assim como, o Prêmio Nobel de Literatura ou Prêmio Jabuti do Brasil. Geralmente, ela lê mais de um livro por vez, para intercalar a leitura mais leve com a mais complexa. “Às vezes, anoto o nome dos personagens para não esquecer. Costumo ler sem pressa e tenho preferência pelas histórias que têm um enredo. Não gosto muito de poesia ou livros de autoajuda, por exemplo”, afirma Sandra.

Em uma gaveta, ela guarda um bloco de anotações com os títulos já lidos. Entre uma folga e outra ela lê, em média, dez livros ao mês.

Leitura que aproxima

O fato de conviver com uma leitora assídua em casa também motiva os familiares que convivem diretamente com a médica. Sempre que Sandra Inês Knudsen viaja com o marido Ronaldo Basso, 49 anos, e os filhos, Arthur e Antônio, de 19 e 16 anos, respectivamente, eles se divertem em grupo. “Gostamos muito de viajar de carro. Quando isso acontece eu costumo levar um livro de contos e de textos mais curtos para ler no caminho, em voz alta. Quando eu assumo o volante, meu marido que lê para todos nós”, explica.

Sandra também incentiva os amigos a praticarem este hábito. Sempre que renova a estante da biblioteca, faz doações para pessoas mais próximas. “O prazer de ler um livro na mão não tem comparação com a leitura virtual. Parece que desta forma, nos aproximamos mais do leitor, da história e do enredo”, avalia.

“A leitura traz autoconhecimento, autodesenvolvimento, desperta a curiosidade e faz com que o leitor conheça outras culturas. Na medida em que as pessoas vão conhecendo os livros, vai se abrindo o mundo para a literatura.”

SANDRA INÊS KNUDSEN- Médica em leitora

Impressão da repórter

Durante essa entrevista, fui convidada a conhecer a biblioteca da leitora Sandra Inês Knudsen. Apesar da agenda lotada de compromissos, ela reservou um tempo para contar sobre essa paixão e ‘viajamos’ pelo universo da literatura. Antes de sair de lá, uma correspondência estava em cima da bancada para ser entregue para ela. Quando foi verificar do que se tratava, era mais um livro para a coleção.