O cultivo de flores é uma antiga tradição trazida pelos imigrantes germânicos e que se perpetuou na região, ao longo das gerações. A beleza e encanto dos jardins em frente às residências mostram que o gosto de mexer na terra e o capricho são marcas que ficaram.
Natural do interior de Santa Cruz do Sul, a aposentada Eni Focking mora em Venâncio Aires há mais de 40 anos, no bairro União. O manuseio e cuidado com o jardim da casa são feitos por ela. “Pra mim mexer na terra é terapia. Sempre gostei de plantar, respirar um ar diferente, faz bem”, diz.
Além do espaço em frente à residência, Eni também cultiva hortaliças e temperos em uma horta nos fundos de casa. Ela conta que, muitas vezes, a família não dá conta de consumir todos os produtos e distribui entre os vizinhos.
O gosto pelo cultivo começou cedo, já que, até os 24 anos, Eni trabalhou na lavoura com os pais e irmãos. “Eu trabalhava junto na roça, a gente plantava de tudo, criava porcos e vendia leite”, recorda. Ela conta que o pai era muito exigente com o capricho da lavoura e a enxada sempre foi aliada no dia a dia de trabalho.
“A gente capinava muito, meu pai não gostava de inço na lavoura”, recorda. A aposentada lamenta só não poder estar com o jardim intacto durante todo o ano. Por conta da geada, muitas vezes, as plantas ficam danificadas.