Uma história centenária e que também tem parte importante na trajetória do interior de Venâncio Aires será lembrada com uma grande festa no próximo mês. No dia 25 de setembro, a comunidade católica que abrange São Miguel-Santa Emília, Linha Palmital e Linha Duvidosa, irá comemorar os 100 anos da Igreja São Miguel.
A passagem do centenário, na verdade, foi em 25 de setembro de 2021, mas, devido à pandemia, a comemoração não aconteceu na data esperada. Mesmo com o adiamento, a comunidade se reuniu e tratou de fazer uma reforma completa no templo.
As obras para corrigir os problemas no reboco e pintura, por dentro e por fora, foram totalmente custeadas com o caixa dos cerca de 100 associados da comunidade católica. Com aproximadamente R$ 55 mil, os recursos também viabilizaram a restauração do altar. Todos os elementos, peça por peça, foram desmontados e enviados para o Mosteiro da Santíssima Trindade, em Santa Cruz do Sul, onde houve o restauro.
Segundo o secretário do Conselho de Pastoral da comunidade, Roque Finkler, o altar, as aberturas e os bancos da igreja são todos originais e estão lá desde o término da construção, em 1921. “Essa igreja foi construída para substituir uma outra, de madeira, erguida em 1875. Mas a comunidade católica de São Miguel existe desde 1863. Então a história dessa comunidade tem muita importância na própria história de Venâncio. É um patrimônio muito grande”, destaca Finkler.
Ele conta, ainda, que o investimento alto não agradou algumas pessoas, mas isso não abateu a comunidade. “Alguns achavam que não valia a pena, mas a gente precisa cuidar desse patrimônio, assim como o prédio da primeira escola [ao lado da igreja]. É preservar nossa história. Fico imaginando as dificuldades na época. Os tijolos vieram de carroça, de Santa Cruz. Aquelas 50 famílias que construíram a igreja se esforçaram muito.”
Cemitério
O próximo objetivo da comunidade é restaurar o cemitério católico, que fica nos fundos da igreja. Já há, inclusive, uma ação entre amigos para arrecadar recursos.
Como muitos túmulos estão em terreno íngreme, a ideia é construir um muro de contenção e, dentro dele, reservar espaços para pequenas gavetas. “O cemitério tem sepulturas muito antigas, que estão desabando. Não tem condição de recuperar. Então a ideia é que algumas famílias transfiram os restos mortais dos parentes para esses novos espaços”, explica o secretário do Conselho de Pastoral da comunidade, Roque Finkler.
Festa em Duvidosa
A festa que marcará os 100 anos da igreja ocorre dia 25 de setembro, um domingo. Conforme Roque Finkler, pela manhã, haverá uma celebração na Igreja São Miguel e depois as atividades seguem na Sociedade Esportiva Duvidosa, com almoço e show de bandas ao longo da tarde.
“Estamos muito animados. Sabemos de pessoas de outros municípios, que tiveram origem nessa comunidade, que já marcaram presença. Até a família Becker, do Paraná, está se mobilizando para vir”, destaca Finkler.