O campus Venâncio Aires da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) recebeu, no sábado, 10, o ‘Diálogos sobre migração’, evento criado para dialogar sobre a defesa dos direitos da população migrante, refugiada e apátrida. Mais de 50 pessoas participaram – 16 pesquisadores, além de 27 adultos e oito crianças, a maioria venezuelanos e brasileiros. Na abertura, houve a participação de Viviane Viegas, diretora do Departamento de Justiça na Secretaria de Direitos Humanos, através Comitê de Atenção a Migrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas de Tráfico de Pessoas do Estado do Rio Grande do Sul (Comirat/RS).
A organização do evento de sábado foi feita por Sandra Barzallo, doutoranda em Desenvolvimento Regional da Unisc e delegada estatal do Rio Grande do Sul da 2ª Conferencia Nacional das Migrações, Refúgio e Apatridia (Comigrar), que será realizada em novembro, em Brasília. As informações coletadas serão levadas para o evento nacional, onde serão debatidas as políticas públicas de migração.
Segundo Sandra, entre os eixos trabalhados, os que maior impacto tiveram foram a inserção socioeconômica e promoção do trabalho, e a regularização migratória e documental. “Poderia se considerar que uma das discussões mais importantes do evento, foi a questão da revalidação dos diplomas de ensino médio, assim como os diplomas universitários dos migrantes no Brasil, pois almejam o desejo de poder se desenvolver na área de estudos deles que, até agora tem sido muito complicado, especialmente pelos custos e pela documentação requerida. Eles expressaram que gostariam de ter uma universidade mais próxima onde pudessem fazer a tramitação, pois até agora apenas as universidade federais permitem fazer esse processo.” Sandra comentou ainda que foi destacado entre os participantes sobre a importância da Agência Sine, pois têm recebido muita assistência na hora de procurar um emprego.
Crianças
Outro momento importante foi a participação das crianças, com brincadeiras e músicas em espanhol e português. “Foi possível realizar diversas trocas culturais aprendendo sobre seus jogos prediletos, as semelhanças, assim como algumas diferenças e coisas que sentem falta. As crianças destacaram o quanto gostam da comida, dos amigos que fizeram, do aprendizado da nova língua, da escola e a importância da acolhida que receberam ao chegar na cidade”, relatou Sandra Barzallo.
Ela também agradeceu a participação da Pastoral dos Migrantes de Venâncio, com a parceria da professora Aline Zeneida da Silva.