Ivan Seibel ficou mais de duas semanas na Antártica, no extremo sul do planeta, para observações e registros.
O interesse histórico, geográfico e cultural já levaram o médico venâncio-airense, Ivan Seibel, 77 anos, para quase 40 países. Ele, que também é jornalista (tem uma coluna às quintas na Folha do Mate, desde 2001), passou os primeiros dias de 2025 no extremo sul do planeta, onde as temperaturas podem chegar a -35 graus nesta época do ano.
Seibel viajou para a Antártica, o ‘continente de gelo’, e o resultado dessa aventura ele pretende transformar em livro, ainda neste ano. O médico teve a companhia dos netos Henrique e Thiago Kämpf, gêmeos de 17 anos, que compartilham das mesmas curiosidades do avô. Segundo Seibel, foram 17 dias de viagem (considerando o tempo de avião e navio). Durante a passagem por lá, a temperatura mais baixa chegou a -16. “Lá é o verão polar, onde a máxima chega a 5 graus positivos. Depois de março começa a ‘esfriar’ mesmo, podendo ir a -50”, explica.
Ele conta que o desejo de conhecer a Antártica surgiu depois de uma ia à Europa há alguns anos, onde conheceu o navio que pertenceu a Roald Amundsen, explorador norueguês das regiões polares e que liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul, no começo do século XX. “Conheci o navio que está no Museu do Fram, em Oslo [capital da Noruega]. Nesta visita ao norte da Noruega e Suécia, fiquei muito intrigado com o recuo das geleiras. E fiquei curioso se o mesmo estaria acontecendo no continente polar do sul”, relata.
Impressões da Antártica
Perguntado se de fato isso está acontecendo, o médico confirma. “As geleiras estão recuando quilômetros, diminuindo de tamanho. Há registros da década de 1920 onde o gelo cobria determinados vales. Os mesmos lugares, fotografados recentemente, mostram a região sem gelo.”

Para organizar a publicação do 15º livro de sua autoria, Ivan Seibel voltou com um vasto material, com mais de 2 mil imagens coletadas e cerca de 30 entrevistas. “Conversei com trabalhadores durante os deslocamentos e pessoas que moram lá de forma temporária, em unidades de pesquisa. É uma pequena população sazonal de pesquisadores científicos.”
Além do conhecimento, o médico destaca que a viagem lhe proporcionou outro resultado especial. “A fantástica convivência com dois netos inteligentes, com curiosidade científica e que têm 60 anos a menos do que eu.” Na volta, os três também conheceram as Ilhas Falkland ou Ilhas Malvinas. O arquipélago do Atlântico Sul foi palco histórico de disputa entre Argentina e Reino Unido.
38 – é o número de países já visitados por Ivan Seibel.
Próximas viagens
Para 2025, Ivan Seibel já tem mais duas viagens programadas, ambas para a Europa. Em abril, visitará Holanda e Bélgica e em junho vai até a Suíça.