Orquestra de Venâncio paralisa atividades por tempo indeterminado

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Depois de 14 anos, a Orquestra de Venâncio Aires decidiu dar uma pausa nas atividades e essa decisão é por tempo indeterminado. A informação foi confirmada pela musicista, cantora e maestrina, Sthephane Wagner. Segundo ela, a diretoria da Associação Cultural de Música (mantenedora da Orquestra de Venâncio Aires), em conjunto com os músicos, optou pelo hiato, ou seja, sem ensaios, contratos e projetos. “A Orquestra teve um auge incrível, em um momento que todos, ou quase todos, eram jovens, estudavam, ainda não tinham grandes responsabilidades ou pretensões. Porém, estes integrantes cresceram. Quem tinha 15 anos, hoje tem 25, e muitos optaram por focar na sua vida pessoal e profissional no momento.”

Ainda conforme Sthephane, que é diretora artística da associação, é preciso lembrar que a Orquestra de Venâncio Aires nunca ganhou salário fixo. “Era apenas um hobby, que quando se fechava contrato com alguma empresa ou por meio de lei de incentivo à cultura, conseguia pagar um cachê simbólico para cada músico por show realizado. Acredito que se houvesse retorno financeiro, haveria, no mínimo, interesse. Mas hoje todos destinam o ‘sábado à tarde’ à família, pós-graduação ou graduação, viagens, trabalho ou até outros grupos musicais que dão retorno financeiro.”

A profissional está na orquestra desde 2014 e afirma que, ano após ano, a turma tem diminuído. No segundo semestre de 2023, quando se decidiu pela parada, eram cerca de 15 integrantes, sendo que os instrumentos são próprios. Há alguns anos, o número de músicos girava em torno de 25.

“Funcionou durante 8, 9 anos. Na época do Daniel [Böhm, que foi regente antes de Sthephane] já tínhamos muitas faltas nos ensaios. Hoje, então, já não ‘casa’ mais na vida de ninguém. Falo isso com propriedade, estou desde 2014, e, ano após ano, se vê a turma diminuindo. Mas são os ciclos da vida. Fazer parte de grupos como este demanda trabalhos ‘invisíveis’. Não são só as duas horas de ensaio com o grupo, mas sim, ensaio em casa, estudo da partitura recebida, ainda mais para o regente. Hoje em dia é muito mais difícil.”

Questionada se essa parada pode se encaminhar para um encerramento definitivo da Orquestra, Sthephane disse que “o hiato é justamente por não saber o futuro. É uma decisão geral, todos estão com outros focos no momento.”

Relembre

Fundada em novembro de 2009, a Orquestra também já teve como regentes Adrio Schwingel e Daniel Böhm. Grupo conceituado, já participou de apresentações em diversos municípios gaúchos, além de turnês em outros estados.

Também atraiu milhares em apresentações com edições repetidas no auditório do Colégio Gaspar Silveira Martins, na Sociedade Olímpica de Venâncio Aires (Sova) e no Clube de Leituras, pelos tributos realizados entre 2018 e 2021. O primeiro foi o show intitulado ‘Elvis: Always on my mind’, a homenagem a Elvis Presley; depois, foi a vez de ‘Queen Will Rock You’, no tributo à banda liderada por Freddie Mercury; e ainda o espetáculo ‘Dressed for Roxette’, que homenageou a dupla sueca Roxette.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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