A Orquestra de Venâncio Aires tem nova regente. Trata-se de Sthephane Raquel Wagner que, aos 22 anos, é a nova maestrina de um dos grupos mais conceituados do município e da região. A jovem, que é musicista e cantora, integra a orquestra desde 2014. Ela substitui Daniel Böhm, que decidiu se afastar da função, mas não deu maiores detalhes sobre a saída.
Sthephane conta que seu nome foi definido pela diretoria da Associação Cultural de Música, que é a mantenedora da Orquestra de Venâncio Aires. “O Daniel comunicou que iria se afastar e colocou meu nome como sugestão, por estar formada em Música e ser integrante da diretoria também. Todos concordaram e acharam bacana ter uma figura feminina à frente do grupo, algo infelizmente incomum na região”, comenta.
Oficialmente, ela fez seu primeiro ensaio como maestrina dia 29 de outubro. A nova regente destaca que o grupo tem ensaiado bastante para cumprir as datas de fim de ano: são quatro confirmadas em Venâncio Aires e outra em Rio Grande. “Vale lembrar que todos os integrantes [são 24] têm trabalhos paralelos. A orquestra é um ‘hobby’ para a maioria, pois os músicos não recebem salário fixo, somente quando há apresentação, e o mesmo é utilizado para manutenção de instrumentos e gastos em alimentação e deslocamento.”
Sthephane também falou sobre a responsabilidade de substituir Daniel Böhm, que esteve à frente da Orquestra desde 2014, e comanda outros projetos musicais na cidade. “Falo em nome dos integrantes, somos muito gratos no que ele transformou a orquestra, sempre muito profissional e ao mesmo tempo um grande amigo de cada um. Espero poder honrar o nome dele e do Adrio Schwingel [que foi regente antes de Böhm] e continuar mantendo esse baita grupo ativo em Venâncio, mostrando o poder da música para as pessoas.”

Tocando e cantando
Assumir a regência na Orquestra não mudará sua participação como cantora e musicista no grupo. “Sigo cantando e tocando. É algo que gosto muito de fazer e o grupo tem muita qualidade, conseguem tocar mesmo sem ter alguém guiando na frente”, elogia Sthephane.
A maestrina, que no início ajudava a montar estantes de partitura para os shows, carregava equipamentos, tirava fotos e ajudava na maquiagem as integrantes, começou a tocar trombone em 2015, incentivada por Daniel Böhm. Hoje, também toca violão, baixo e teclado.
Além disso, Sthephane segue como vocalista. “A voz sempre foi o instrumento que eu mais gostei.” A primeira experiência vocal foi uma participação no tributo a Elvis Presley, em 2018, mas foi em 2021 o momento mais marcante, quando ela incorporou Marie Fredriksson, no tributo ao Roxette. “O tributo ao Roxette foi uma gota de esperança depois do Covid. O vírus causou uma bagunça em todos os artistas, principalmente em quem queria seguir na música, como eu. Ele freou tudo. Ia acontecer em março de 2020 e foi realizado somente em outubro de 2021.”
Outros trabalhos
Sthephane Wagner sempre teve outros trabalhos paralelos, como em lojas e empresas. Foi a partir de abril de 2022 que passou a viver integralmente da música. Também foi neste ano que se formou em Licenciatura em Música.
Além de integrar a Orquestra de Venâncio, a jovem também frequentou o Grupo Vocal da Uninter por três anos e há um ano é vocalista da banda de rock Riffnaria. Ela ainda toca baixo em um projeto cover da banda de heavy metal Black Sabbath.
Sthephane também é professora de música no Colégio Gaspar e na Escola de Educação Infantil Casa da amizade, junto ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). “Desde que fui para a educação, minha vida mudou completamente, é muito bom trabalhar com aquilo que gosta.”