Patrícia atua na Secretaria Municipal de Educação
(Foto: Arquivo pessoal)
Patrícia atua na Secretaria Municipal de Educação (Foto: Arquivo pessoal)

Rio Grande do Sul e Venâncio Aires - A ativista negra venâncio-airense Patrícia Alexandra da Silva, de 51 anos, é uma das representantes gaúchas no programa Kala-Tukula de Desenvolvimento de Lideranças para a Governança Global, promovido pelo Ministério da Igualdade Racial e que visa fortalecer a capacidade de influência política de lideranças negras em fóruns internacionais.

O programa incluiu oficinas e seminários (presenciais e virtuais), mentorias sobre incidência em espaços internacionais, curso de inglês instrumental adaptado ao público-alvo, simulações e atividades práticas de negociação, bem como fortalecimento de redes e articulações com organizações da sociedade civil credenciadas à 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que foi realizada em Belém, em novembro.

Kala-Tukula é uma referência à ancestralidade, com Kala representando o tempo de aprendizado, e Tukula representando o ápice da força e da liderança.

Segundo Patrícia, o programa representa uma travessia de crescimento, sabedoria e fortalecimento político, honrando a ancestralidade e reconhecendo a potência das comunidades negras, quilombolas, ciganas e de matriz africana. “É com imensa honra e profundo sentido de ancestralidade que compartilho minha seleção para a primeira edição do Programa Kala-Tukula”, acrescenta a vice-presidente do Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana de Venâncio Aires.

Seleção

Foram selecionadas 100 lideranças em todo o Brasil, sendo distribuídas 30 vagas para lideranças quilombolas, 15 vagas para lideranças de povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, 15 vagas para lideranças de povos ciganos e 40 vagas para lideranças de outras representações da comunidade negra.

Entre as 15 vagas destinadas aos povos de terreiro, Patrícia foi selecionada. Ela representará o Conselho Municipal de Povos Tradicionais de Matriz Africana de Venâncio Aires e Secretaria Municipal de Educação – onde desenvolveu trabalhos de orientação na cultura afro e indígena ao lado da professora Fernanda Saldanha – e o Movimento Negro de Venâncio Aires.

A cerimônia de premiação e encerramento é nesta quarta-feira, 3, em Brasília, no Distrito Federal, onde também ocorrerá mesa de reflexões sobre identidade, território, espiritualidade, resistência e ação política, além de plenária sobre desafios e caminhos para integrar saberes ancestrais às políticas climáticas e comunitárias.

“Levo comigo a força dos meus ancestrais, a missão do meu território e a responsabilidade de honrar cada comunidade que represento. Que Kala-Tukula seja um caminho de aprendizado, potência e transformação, individual e coletiva.”
PATRÍCIA ALEXANDRA DA SILVA – ativista negra

Leonardo Pereira

Repórter

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