Motivo de protestos, indignação dos moradores e várias reuniões entre representantes municipais e integrantes da secretaria estadual de Transportes, as melhorias na ERS-422 começaram a sair do papel. Desde a segunda-feira, 15, funcionários do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) trabalham na rodovia.
Na tarde de ontem, a equipe realizava remoção de eucaliptos na curva próximo à Casa do Mel, em Linha Cipó. Além do alargamento do trecho, a retirada das árvores possibilitará que a terra e pedras do barranco sejam utilizados como material para os reparos na pista.
Proprietário da área onde estão sendo retiradas as árvores, o agricultor Darci Jaeger, 61 anos, fez questão de disponibilizar o material para que fossem fechados os buracos da estrada. Assim como os demais moradores de localidades como Vila Deodoro, Linha Cipó e Linha Madalena, ele comemora o início das obras. “Estava cada vez mais crítico, tanto os buracos quanto o mato na pista.”
A retirada dos eucaliptos é o primeiro passo para o serviço de melhoria da estrada. De acordo com a assessoria de imprensa do Daer, a manutenção da ERS-422, entre Venâncio Aires e Boqueirão do Leão, envolverá as etapas de revestimento primário, patrolagem, limpeza e reparos nos dispositivos de drenagem, e roçada da vegetação às margens da via, ao longo de 36 quilômetros. O Daer não informou qual o prazo para a conclusão do serviço.
Moradores comemoram início do trabalho
A melhoria das condições da ERS-422 é uma reivindicação antiga de moradores da região serrana de Venâncio Aires – especialmente, os de Vila Deodoro. Em 15 de março, a comunidade bloqueou a rodovia, em busca de soluções.
À época, os moradores lembraram que o último patrolamento havia sido feito em setembro do ano passado. Além dos buracos, a vegetação que invade a pista dificulta o trânsito de veículos, prejudica comerciantes e empresários que utilizam o trecho e coloca em risco estudantes que dependem de transporte escolar.
Morador de Linha Santos Filho, Homero Back, 80 anos, lamenta a falta de condições da rodovia. “Tem que dar uma mexida, porque está ruim demais, estraga todo o carro”, comenta. “Se acontece alguma coisa de noite e precisamos ir para a cidade buscar atendimento, é muito perigoso”, observa ele, que mora na localidade há 31 anos.
Wilson Posselt, 53 anos, também acompanha o dilema da ERS-422 há anos e torce para que o serviço do Daer iniciado nesta semana garanta mais segurança e facilidade aos motoristas. “É uma pena que não tenha asfalto.”