Sentado na primeira fila durante a cerimônia de abertura na sexta-feira, 6, ao lado da esposa, a vereadora Helena da Rosa (PMDB), Almedo Dettenborn foi
lembrado no protocolo, recebeu muitos cumprimentos e com a sensação de dever cumprido destacou a grandiosidade da festa. “De uma ideia maluca, surgiu algo tão bacana. Então se não tivesse sido boa, não estaria completando 30 anos.”
Prefeito em 1986, ano em que foi realizada a primeira Fenachim, Almedo Dettenborn, encabeçou a criação da festa e do Parque Municipal do Chimarrão. Trinta anos depois, o idealizador de uma das maiores festas do estado, recorda como tudo começou. “Na verdade a Fenachim começou muito antes. Em 1976 assumi a secretaria municipal de Turismo, então visitamos inúmeros rodeios, acompanhamos sempre a trajetória do CTG Erva-Mate, único que tinha na época em Venâncio, participávamos de multifeiras no Parque de Esteio, e então veio a ideia de que deveríamos fazer um evento, uma festa em Venâncio, aproveitando o tema chimarrão.”
Segundo Dettenborn, a ideia já constava no seu plano de governo em 1982, aliás, o primeiro escrito. “Quando fui candidato a prefeito de Venâncio em 1982, com o Jader Ribeiro da Rosa, colocamos no plano de governo, que iríamos fazer uma Festa Nacional do Chimarrão. Não pensamos num parque, então começou-se a projetar a festa. Assumimos em 31 de janeiro de 83 e em 86 saiu a primeira festa.” Almedo conta que a busca por uma área de terras para abrir o parque não foi fácil. “Depois de procurar por áreas em Venâncio, como aquela do antigo aeroporto, o érico Kronbauer nos indicou a área onde hoje está o Parque Municipal do Chimarrão, que na época pertencia a Orlando Fischer. Antes dele, era propriedade de Nelson Klein, que tinha uma empresa de cereais, e com a sua falência, ela passou para Orlando. E, tenho anotado ainda na minha agenda, às 7h, em abril de 1985, quando fiz uma audiência com o érico e Orlando no gabinete, quando começou a negociação pela área. E o negócio foi fechado na praia, em Xangri-lá.”
Inspirado na Festa da Cebola
Para realizar a primeira edição, Dettenborn precisou da ajuda de quem já sabia organizar uma festa municipal. “Quis o destino, que eu encontrasse em Balneário Camboriú (Santa Catarina), em um encontro nacional de prefeitos, em maio de 85, um estande promovendo a Festa da Cebola, de Ituporanga (SC), vendendo um caminhão de cebola, entre outras coisas. E me inspirei naquilo. E aquela gente que organizou a Festa da Cebola, veio depois fazer a nossa Fenachim, aqui. O Gilfredo Lemos e Sérgio, que tinha uma empresa de publicidade em Itajaí, caíram do céu. Eu trouxe eles para Venâncio, o Jáder gostou da ideia e eles fizeram toda a organização e serviu de base para as edições da Fenachim até hoje. Mas eu sempre digo, que tenho que agradecer a quem deu continuidade a festa, isso nos orgulha muito. E é sempre bom ser lembrado e ser bem recebido.”
Almedo enfatiza que não foi fácil. “Começamos dentro do barro. Mas tinha que fazer o pavilhão, tinha que fazer o calçamento, até uma seca nos ajudou. Em nove meses levantamos o parque, tudo com recursos próprios. O Morada Velha foi erguido em 60 dias, antes era uma casa pequena e velha. A construção iniciou em 1º de julho e inaugurado em setembro. Aí veio o Plano Cruzado, com cerveja a um real, vendia muito. Na época fizemos uma rifa que teve como primeiro prêmio um caminhão de erva-mate e o segundo um automóvel.”